Dois anos após o início da operação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o garimpo ilegal, a crise sanitária na Terra Indígena Yanomami persiste. O número de infecções respiratórias agudas disparou 272%, saltando de 3,1 mil no primeiro semestre de 2023 para 11,4 mil no mesmo período de 2024.
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O crescimento acelerado das infecções ocorre mesmo com o aumento do efetivo de profissionais na região, que cresceu 155%, e com a ampliação do atendimento, que subiu 268%, segundo dados divulgados pela Folha de S.Paulo. O déficit nutricional entre crianças menores de 5 anos permaneceu estável, enquanto as mortes por desnutrição caíram 68%.
O Ministério da Saúde atribui o crescimento das infecções respiratórias à intensificação do atendimento médico e ao aumento da testagem, justificando que mais casos estão sendo diagnosticados. A pasta também ressalta que, apesar do aumento das infecções, o número de mortes por malária caiu 35%.
No entanto, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) questiona a falta de transparência nos dados e acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar relatórios detalhados do governo sobre a operação. O coordenador jurídico da Apib, Maurício Terena, afirma que os números indicam a “manutenção da emergência sanitária” e a dificuldade do governo em superar os desafios na região.
A localização remota e a mobilidade dos indígenas dificultam o trabalho das equipes de saúde. Muitos grupos continuam se deslocando para áreas de difícil acesso, enquanto outros permanecem em locais contaminados por surtos.
Além disso, a fronteira com a Venezuela segue sendo um obstáculo para o controle da doença. A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) relata dificuldades técnicas e a falta de profissionais qualificados, o que exigiu contratações emergenciais e capacitações de supervisores de campo.