A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou, na madrugada desta terça-feira (11), a suspensão imediata das operações da Voepass, antiga Passaredo Transportes Aéreos. A decisão tem caráter preventivo e valerá até que a companhia comprove a correção de falhas em seu sistema de gestão.
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A empresa operava com seis aeronaves e voava para 17 destinos. Com a paralisação das atividades, a Anac orienta os passageiros afetados a procurarem a companhia aérea ou a agência de viagens responsável pela emissão das passagens para solicitar reembolso ou reacomodação em outros voos.
A Voepass já vinha sendo monitorada desde agosto de 2024, quando um de seus aviões caiu sobre um condomínio em Vinhedo (SP), deixando 62 mortos. Desde então, a Anac impôs uma série de exigências regulatórias à empresa.
No fim de fevereiro de 2025, uma nova auditoria identificou uma deterioração nos processos internos da companhia, além do descumprimento de exigências feitas pela agência. O relatório apontou que irregularidades que haviam sido consideradas resolvidas voltaram a ocorrer, comprometendo a segurança operacional.
Diante desse cenário, a Anac concluiu que houve uma “quebra de confiança” na capacidade da Voepass de gerenciar riscos e manter padrões adequados de segurança.
A companhia aérea também enfrenta problemas financeiros. No início de fevereiro, entrou com uma ação preparatória para reestruturação, buscando reorganizar suas dívidas e recuperar sua capacidade operacional.
Segundo a Voepass, até meados de 2023, a empresa mantinha uma expansão planejada, mas a crise desencadeada pelo acidente de Vinhedo impactou severamente suas finanças.
Com sede em Ribeirão Preto (SP), a Voepass é a quarta maior companhia aérea do Brasil. Em 2023, transportou 748,7 mil passageiros, o que representou 0,4% do mercado doméstico.
A Voepass pertence ao comandante José Luiz Felício Filho, filho do fundador da Passaredo, José Luiz Felício, falecido em 2023. A empresa tem um histórico de problemas financeiros, tendo entrado em recuperação judicial em 2012 devido a uma dívida de R$ 150 milhões.
Em 2019, a Voepass adquiriu a MAP Linhas Aéreas, em meio à crise da Avianca Brasil, e herdou parte dos slots da empresa em Congonhas. Posteriormente, vendeu a MAP para a Gol.
Para retomar suas operações, a Voepass precisará apresentar à Anac um plano de ações corretivas, demonstrando que seus sistemas de segurança e gestão foram aprimorados. Até lá, os voos da companhia permanecerão suspensos.