A primeira-dama Rosângela da Silva, Janja, desistiu de liderar a delegação brasileira na 69ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW) na ONU, em Nova York. A decisão teria sido motivada pelo receio de protestos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos e pelo impacto negativo que isso poderia gerar para sua imagem e para o governo do presidente Lula.
A avaliação de que a viagem representava um “alto risco” partiu da própria Presidência da República. O temor era de que possíveis manifestações reforçassem críticas já direcionadas à primeira-dama, incluindo sua crescente exposição política e questionamentos sobre sua atuação em viagens internacionais.
Janja vinha sendo preparada para discursar na plenária principal do evento, o que consolidaria seu papel internacional. No entanto, aliados do governo avaliaram que sua presença poderia gerar desgaste, sobretudo diante da possibilidade de protestos e do clima tenso entre Brasil e Estados Unidos.
O evento ocorre em meio a uma série de atritos diplomáticos entre os dois países, especialmente após a posse de Donald Trump. Entre os temas que têm gerado desentendimentos estão debates sobre liberdade de expressão, tarifas comerciais e deportação de brasileiros.
Com a saída de Janja, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, assumirá a chefia da delegação brasileira. A mudança forçou uma reprogramação de passagens e hospedagens, o que deve aumentar os custos da viagem.
Além disso, a delegação brasileira na ONU já vinha enfrentando turbulências internas. A recente demissão de Carmen Foro trouxe denúncias de assédio moral contra Cida Gonçalves e Maria Helena Guarezzi, gerando um ambiente de instabilidade antes mesmo do início da conferência.
