A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) instruiu seus funcionários a destruir documentos sigilosos por meio de trituração e queima, segundo um e-mail enviado por Erica Carr, secretária-executiva interina da agência. A decisão ocorre em um momento de disputas legais sobre o possível fechamento da Usaid, e tem gerado preocupação entre ex-funcionários e grupos diplomáticos.
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A orientação foi enviada a cerca de 40 funcionários e inclui a recomendação de utilizar trituradores ou, quando indisponíveis, sacos de queima. Segundo um oficial da agência, a maioria dos documentos descartados seria “conteúdo de cortesia” de outras instituições, sem impacto direto nos processos em andamento.
A destruição de documentos sigilosos é uma prática comum em situações de emergência diplomática, como ataques a embaixadas. No entanto, a diretiva preocupa especialistas porque ocorre no contexto de ações judiciais que tentam impedir o fechamento da agência.
Uma decisão judicial determinou que o governo só pode eliminar documentos após notificação às partes envolvidas, permitindo revisão judicial. A lista dos documentos já destruídos será divulgada até quarta-feira (25).
A Associação Americana de Serviços de Relações Exteriores teme que registros essenciais, especialmente os relacionados a contratos e subsídios da Usaid, sejam perdidos antes do desfecho dos litígios.
O ex-assessor jurídico do Departamento de Estado, Harold Koh, alertou que essa prática não é comum fora de emergências e pode comprometer a transparência governamental. Ele destacou que uma recente decisão judicial impede o bloqueio de fundos internacionais, tornando ainda mais crucial a preservação de documentos relacionados à alocação desses recursos.
A destruição de arquivos em meio a disputas judiciais adiciona mais um elemento de tensão ao debate sobre o futuro da Usaid, que continua sendo alvo de forte polarização política nos Estados Unidos.