Brasil registra 806 mil hectares queimados no início de 2025; Amazônia lidera devastação, com Roraima como epicentro

Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil perdeu 806,2 mil hectares para as queimadas — o terceiro pior índice do período desde o início da série histórica, em 2019. Os dados são do Monitor do Fogo, iniciativa do MapBiomas. A Amazônia foi o bioma mais afetado, com destaque para o estado de Roraima, que sozinho respondeu por mais da metade da área queimada em fevereiro.

Janeiro concentrou a maior parte da devastação, com 685,8 mil hectares queimados, enquanto fevereiro registrou 120,4 mil hectares. O cenário fica atrás apenas dos anos de 2024 (2 milhões de hectares) e 2019 (1 milhão de hectares).

Com 73.272 hectares devastados somente em fevereiro, Roraima foi o estado mais atingido. Os municípios mais afetados foram Normandia (21.934 ha), Pacaraima (17.754 ha) e Boa Vista (10.373 ha). A seguir, aparecem Mato Grosso do Sul (10.218 ha) e Pará (8.478 ha).

Apesar da liderança em 2025, a área queimada na Amazônia apresentou uma queda expressiva: 89,1 mil hectares em fevereiro, o que representa uma redução de 92% em relação ao mesmo mês de 2024, quando o fogo consumiu 1,2 milhão de hectares no bioma.

Nenhum bioma escapou do fogo nos dois primeiros meses do ano. Veja a distribuição das áreas queimadas em fevereiro:

As áreas mais afetadas foram pastagens (43,5%) e formações florestais (16,4%), seguidas por formações campestres (15,8%) e campos alagados (8,9%). A presença de áreas agrícolas, como soja e cana, também foi registrada entre as regiões atingidas.

O cenário desafia o Programa de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta do programa é evitar tragédias ambientais, fortalecendo o monitoramento e a atuação preventiva, mas os números revelam a persistência do fogo em larga escala.

O MapBiomas é uma rede formada por universidades, ONGs e empresas de tecnologia, que atua no mapeamento e monitoramento ambiental com base em imagens de satélite. Os dados reforçam a urgência de estratégias mais eficazes de prevenção e combate às queimadas no Brasil.