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Estudo alerta para alta mortalidade infantil em crianças indígenas

Estudo alerta para alta mortalidade infantil em crianças indígenas


A taxa de mortes de crianças indígenas de até 4 anos foi mais que o dobro da de crianças não indígenas entre 2018 e 2022. Os dados do Datasus, sistema do Ministério da Saúde, foram analisados em estudo do Núcleo Ciência Pela Infância, NCPI, que aponta ainda que a maioria dessas crianças morrem por doenças evitáveis.

Em 2018, a cada mil crianças indígenas nascidas vivas quase 35 morreram antes de completar 5 anos. Essa taxa que se manteve na margem de 30 ao longo dos quatro anos seguintes. Em 2022, 34,7 de crianças desses territórios morreram para cada mil. Já entre crianças não indígenas, as taxas ficaram 13 em 2018 e 14 em 2022.

Marcia Macedo, integrante do Comitê Científico do NCPI e coordenadora da publicação, destaca que até 2018 os números registravam queda na mortalidade infantil de crianças indígenas.

Enquanto a maioria das crianças não indígenas morrem por complicações relacionadas à gestação parto ou malformação, no caso das crianças indígenas as mortes se dividem entre essas causas e doenças adquiridas, como explica a pesquisadora Marcia Macedo.

Marcia Macedo avalia que outros fatores explicam o alto índice de mortalidade entre crianças indígenas. Além da exploração da terra, que traz agressões ao meio ambiente, também a exploração de crianças, que acabam expostas a abusos e à gravidez precoce, assim como a falta de acesso aos serviços de saúde.

A pesquisadora afirma que é preciso olhar para a capacitação das equipes que estão atuando nesses territórios para que eles compreendam as diversidades dos hábitos culturais de cada etnia.

A coordenadora do estudo completa que é preciso ainda ter um sistema de acompanhamento próximo dos indicadores da atuação dos profissionais nessas áreas, além de maior rigor na exploração das terras dos territórios indígenas.



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