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Répteis de solo areno serão extintos com aumento da temperatura global

Répteis de solo areno serão extintos com aumento da temperatura global


Diferente do que se pensava, os répteis de solo arenoso, adaptados para clima seco, não vão conseguir sobreviver ao aumento da temperatura do planeta até 2060.

É o que aponta um estudo do Instituto de Biologia da Unicamp Universidade Estadual de Campinas. O resultado da análise mostra que, em 2040, mesmo com níveis moderados de gases de efeito estufa, o lagarto do rabo vermelho vai deixar de existir.

Em 2060, também num cenário otimista, vai ser a vez da extinção das cobras, falsa coral e corredeira. A pesquisa foi coordenada pela professora da Unicamp, Thais Guedes, que explica o porquê da possível extinção desses animais já adaptados para regiões secas e quentes. Embora eles já vivam em temperaturas elevadas, aumentar ainda mais a temperatura vai permitir que não existam áreas de ocorrência com uma temperatura ideal para essa espécie viver. Ela suporta um limite de temperatura e que em 2040 e 2060 nós estaremos em uma temperatura maior do que esses animais suportam. Então não vai ter ambiente adequado para a ocorrência dessas espécies.

A pesquisa analisou as condições de adaptação de cinco espécies de serpentes e cinco de lagartos, que vivem em terrenos de areia na chamada Diagonal Seca, nos biomas Caatinga, Amazônia e Thaco, próximo ao Pantanal.

É um corredor de florestas secas que cruza a América do Sul. Segundo a pesquisadora, apesar do pouco tempo que resta até lá, ainda há o que pode ser feito em dois níveis. No global, ela defende que os países passem a utilizar fontes renováveis de para reduzir a emissão de gases poluentes. No âmbito nacional, ela menciona que o estudo já sugere medidas como o aumento das unidades de conservação.

Aumentar essas áreas de proteção, levando em consideração possíveis áreas que no futuro, já a gente tem estudos que garantam a permanência dessas espécies, tenta juntar tudo e falar, tem um trabalho que mostra que essa área aqui, vai haver a persistência de tais espécies para o futuro e vamos selecionar essa área e transformá-la em uma unidade de conservação.

Segundo a pesquisa, a avaliação mais recente de ameaça de extinção de répteis do ICMBio é de 2022 e ainda não considera as mudanças climáticas como um fator de ameaça.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados sobre o clima atual, o tipo de solo e outros elementos que permitem a sobrevivência desses animais. Depois, eles simularam esses biomas a partir da concentração de gases de efeito estufa para 2040 e 2060, tanto em um cenário otimista quanto em um pessimista.



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