A enfermeira Rafaella Lima, vítima das agressões perpetradas pelo médico João Paulo Casado, quebrou o silêncio em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Rafaella explicou que só denunciou o caso um ano depois devido ao receio do julgamento da sociedade e à intimidação por parte do agressor, que ocupava cargos de destaque no Hospital Ortotrauma e no Corpo de Bombeiros da Paraíba.
Apesar de ter comparecido à Delegacia de Atendimento à Mulher de João Pessoa anteriormente, Rafaella negou as acusações por medo das possíveis consequências. Ela afirmou que João Paulo debochava da situação e a ameaçava, chegando a dizer que nada aconteceria com ele. A enfermeira também relatou que o agressor confessou não se arrepender das agressões, lamentando apenas não tê-la deixado em coma no hospital.
A denúncia inicial das agressões foi feita pelo condomínio, que repassou as imagens do circuito interno à delegacia. Rafaella explicou que a ausência de queixa formal se deveu ao receio das repercussões e ao entendimento de que João Paulo tinha influência em vários setores da capital paraibana.
A lei prevê a apuração de casos de violência doméstica mesmo sem a confirmação da vítima, mas a investigação do caso de João Paulo foi arquivada. A sub-coordenadora das delegacias da Mulher da Paraíba, Paula Monalisa, justificou o arquivamento pela alegação de Rafaella de amor pelo agressor e o desejo de não prejudicá-lo.
A delegada Nadja Fialho, que recebeu os vídeos das agressões e optou pelo arquivamento da investigação, foi afastada do cargo. A reportagem é de Larissa Pereira, da TV Cabo Branco.
Fonte: wscom