O presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou nesta quarta-feira (10) que o país vive uma situação de conflito armado não internacional, com mais de 200 mil pessoas integrando grupos terroristas. Em decreto publicado nesta terça-feira, o governo passou a classificar como terroristas 22 grupos criminosos.
As informações são do diário público equatoriano El Telégrafo. O decreto encarrega as Forças Armadas de elaborar a estratégia de combate aos grupos classificados como criminosos. A presença de militares nas ruas aumentou nesta quarta-feira e suspeitos foram presos, além da apreensão de armas e explosivos.
Na segunda-feira, o presidente Noboa declarou o estado de emergência de 60 dias, com toque de recolher noturno em todo país, após a fuga da prisão de Adolfo Macias, líder do grupo conhecido como Los Choneros. A fuga ocorreu dias antes de anúncios de reformas no sistema penitenciário do país, na qual Macias seria transferido.
Nesta terça-feira, homens armados chegaram a invadir o estúdio da TV pública na cidade de Guayaquil e, pelo menos, quatro policiais foram sequestrados.
De acordo com o presidente equatoriano, serão apresentadas nesta quinta-feira as maquetes dos novos presídios, que serão construídos nas províncias de Pastaza e Santa Elena. O projeto faz parte da segmentação da população carcerária, medida para tentar solucionar a crise no sistema penitenciário do país, dominado pelo crime organizado.
Noboa informou que tem recebido oferta de ajuda internacional, de países como Estados Unidos, Israel, Peru e Colômbia, para onde pretende solicitar o acolhimento de 1.500 presos condenados.
Também nesta quarta-feira, o aeroporto Mariscal Sucre, em Quito, anunciou seis medidas de segurança, diante do alerta. Temporariamente, não será permitida a entrada de familiares no terminal, somente os passageiros poderão acessar as áreas de embarque e desembarque. O controle e rastreio dos passageiros foi reforçado e as aglomerações estão proibidas. Veículos passaram por verificação aleatória antes de entrar no aeroporto e os passageiros não devem deixar suas bagagens desacompanhadas.
A principal organização indígena do Equador, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, responsável por levantes populares em 2019 e em 2022, divulgou uma nota afirmando que a crise na segurança do país é resultado da radicalização de políticas neoliberais que têm destruído o Estado e suas instituições, bem como gerado mais desigualdade e pobreza e criado condições sociais propícias para o recrutamento de jovens pelos grupos criminosos.
* Com informações do meio público do Equador El Telégrafo.