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Dossiê mostra vulnerabilidade da população LGBTI+ nas favelas do Rio

Dossiê mostra vulnerabilidade da população LGBTI+ nas favelas do Rio


A vulnerabilidade da população LGBTI+ residente em favelas no Rio de Janeiro ganha ainda mais amplitude nesses territórios, já marcados por violações, omissões, falta de acesso a direitos básicos. 

É o que mostra um dossiê elaborado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil. O dossiê contou com uma pesquisa qualitativa e quantitativa envolvendo moradores de mais de 100 favelas fluminenses.

Na área da violência, o levantamento apontou que 48% dos entrevistados da população LGBTI tiveram suas casas invadidas durante operações policiais, 70% foram impedidos em alguma ocasião de acessar suas residências. Cerca de 58% foram abordados pela polícia.  

Em educação, a pesquisa mostra uma taxa de evasão escolar de 33% para essa população durante o ensino fundamental em relação ao ensino médio. Indicando maior abandono de crianças/pré-adolescentes do que de adolescentes LGBTI dos processos educacionais.

No ensino superior, a taxa de evasão ainda é mais alta: somente 11,7% dos entrevistados ingressaram em alguma instituição de ensino superior, mas quase 70% deles não concluíram a graduação.

Os travestigêneres (pessoas trans e travestis e não binários) têm maior dificuldade de acesso à educação na comparação com pessoas cisgêneros. 25% dos travestigêneres não ingressaram no ensino médio contra 8% dos cis. Somente 30% das pessoas travestigêneres concluíram essa etapa, frente a 54% das cis.

Agatha Christie dos Anjos de Oliveira, uma das pesquisadoras do Dossiê,  afirma que a omissão do poder público nesses locais impede o acesso dessas pessoas a direitos básicos.

Também há abismos nos dados relativos ao acesso à saúde, moradia e empregabilidade. Agatha Christie avalia que pesquisas como essa são importantes para conhecer realidade e orientar as políticas necessárias para essa população.

O dossiê reforça uma série de recomendações já sugeridas às esferas municipal, estadual e federal no ano passado, no contexto de outros relatórios já divulgados sobre a população LGBTI+.

O levantamento contou com 1.705 entrevistas realizadas entre janeiro de 2022 e outubro de 2023



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