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Dia do Imigrante Italiano homenageia intensa troca cultural com Brasil

Dia do Imigrante Italiano homenageia intensa troca cultural com Brasil


O Dia do Imigrante Italiano no Brasil foi criado em 2008 para homenagear esse povo que veio pra cá e ajudou a construir a nossa história.

A data se refere aos primeiros imigrantes italianos que desembarcaram no Espírito Santo em 21 de fevereiro de 1874, depois de quase 50 dias de viagem.  

Eram 386 imigrantes que saíram do porto de Gênova, na Itália, no navio a vela francês La Sofia, atraídos pela propaganda de grandes oportunidades nas terras tropicais brasileiras, como explica a historiadora Catia Dal Molin. 

“Usaram um manifesto publicitário vendendo a América como a terra fácil, onde não precisava trabalhar, um país de oportunidades, um clima tropical, tinha comida em ambundância, riquezas minerais, se podia construir um catelo no Brasil”, diz Catia. 

Douglas Fernando Fabiani faz parte da quinta geração de italianos nascidos no Brasil. Ele conta que a busca pela cidadania italiana acabou revelando toda essa história de imigração da família.

“Queria vir pro Brasil foi meu tetravô, sr. Pasquali Fabiani. Ele chegou aqui no Brasil em dezembro 1885. Ele é nascido em 1852 lá na Itália. Foi um processo muito bacana. Foi um processo de descoberta também das minhas raízes. Eu fui ao sul do Brasil, visitei a paróquia onde meu trisavô foi batizado, conheci alguns parentes que eu não sabia que existiam lá no Rio Grande do Sul”, relata Douglas.  

Esse processo de imigração para o Brasil era uma via de mão dupla: o Brasil precisava de mão de obra agrícola, depois da abolição da escravatura. Já os italianos precisavam de renda depois de uma forte recessão na Itália na época.

Mas, a viagem para o Brasil era bem complicada. Nos barcos, havia superlotação e várias doenças circulavam. E quem morria era jogado ao mar.  

A distração era cantar. Entre as músicas, a folclórica Mérica, Mérica, em referência à saída da Itália rumo à América.  

Com a chegada dos italianos, em São Paulo, por exemplo, foram criados 25 núcleos coloniais em diversas regiões, entre 1885 e 1911.  

No Rio Grande do Sul, a Serra Gaúcha, Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul foram as primeiras colônias italianas. Depois, eles chegaram ao Paraná e a Santa Catarina.

O fluxo de imigração chegou até o século 20, mas parou com a 2ª Grande Guerra Mundial, quando o Brasil ficou do lado oposto ao da Itália.

Mas, será que os italianos que chegaram aqui realmente encontraram a sorte, a felicidade, a tal da Cucagna? Para a historiadora Catia Dal Molin não há uma resposta certa pra isso.

“Muitos deixaram uma condição de vida difícil na Itália para pensar e construir algo aqui no Brasil. E muitos encontraram e construíram a Cucagna. E nós somos a prova disso. Basta que a gente veja tudo isso que foi construído nesses 150 anos. Então, sim, foram enganados. Muitos fracassaram. Alguns voltaram. Muitos eram pobres. Mas bem ou mal conseguiram construir uma vida nova”, conclui Catia. 

 Atualmente, o Brasil tem a maior população de descendentes italianos do mundo: segundo o IBGE, são cerca de 30 milhões de pessoas.  

Rodrigo Gianesini é uma delas. Ele tem uma empresa especializada na obtenção de cidadania italiana. Mas, quando ele começou, tudo parecia apenas muito burocrático. E ele queria mais emoção.

Por isso, criou uma forma das pessoas viverem essa jornada histórica por meio de informações colocadas num aplicativo.  

“A gente colocou, por exemplo, a foto de uma capela lá na Itália onde os bisavós do nosso cliente tinham se casado. Subimos no aplicativo. Chegou a mensagem lá pra ele falando: olha tem novos documentos, confirma lá. Na segunda-feira, o cliente ligou pra gente chorando, falando que viu a mensagem e que a avó – qua ainda estava viva – lembrava daquela capela, porque já tinha visto a foto da capela. Enfim, foi aquele chororô, todo muito se reconectou e todo mundo ficou feliz”, relata Rodrigo. 

As influências italianas na vida do brasileiro são muitas. As mais evidentes, claro, estão na gastronomia, com seus raviólis, macarronadas, nhoques etc.  

Mas, Catia Dal Molin destaca a grande contribuição para técnicas de cultivo, variedade de plantas e para o empreendedorismo no campo. Isso, sem falar das contribuições para a indústria brasileira.

“Com relação a indústria basta que eu diga alguns nomes que a gente já relaciona com o poder de empreender dos pioneiros no setor têxtil, metalúrgico, metalmecânico, na produção de alimentos que impulsionaram a industrialização do nosso país. Podemos falar da família Matarazzo; da empresa Marcopolo; da Tramontina, no Rio Grande do Sul;  por exemplo, só para citar alguns”, cita Catia. 

Dal Molin lembra ainda das contribuições para Ciência e Educação e para a defesa dos direitos civis. E nas artes, basta citar alguns nomes.

“O grande pintor Candido Portinari – que é um dos maiores pintores brasileiros de projeção internacional era filho de imigrantes italianos da região de Vicenza. Anita e Giuseppe Garibaldi. Vicente Celestino é outro grande cantor que tivemos aqui no Brasil”, lembra Catia. 

E o resultado é essa comunhão perfeita Brasil-Itália de alegria e disposição pra viver e amar.

Parabéns a todos os italianos e descendentes que vivem aqui no Brasil e muito obrigado por virem e viverem aqui! 



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