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Norte lidera índices de mulheres que sofreram violência doméstica

Norte lidera índices de mulheres que sofreram violência doméstica


Estados da região norte do Brasil registraram os maiores índices de mulheres que declararam ter sofrido ou vivenciado violência doméstica no país. O Amazonas lidera com 57%, Amapá 56%, Rondônia 55% e Acre com 54% das mulheres afirmando ter sido vítima de violência doméstica em algum momento da vida somadas aquelas que disseram ter vivenciado uma situação de violência nos últimos 12 meses. Valores bem acima do nacional, 48%.

Os dados são da Pesquisa Estadual de Violência contra a Mulher, lançado nesta quarta-feira (28), um recorte do levantamento nacional do Instituto Data Senado em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência, divulgado no ano passado.

A chefe da pesquisa, Isabela Lima, que apresentou os dados em uma audiência pública da Comissão de Combate à Violência Contra a Mulher do Senado Federal, explicou que o levantamento considera tanto a mulher que percebe e declara espontaneamente que passou por uma violência, quanto aquelas que negaram ter sofrido violência, mas identificaram essa situação em uma lista de ocorrências oferecida pela pesquisa.

Segundo Isabela Lima, o estado do Acre é o que registra maior discrepância entre a violência vivida e a violência percebida.

“16% das brasileiras declaram que não sofreram violência doméstica, mas passaram por uma das situações de violência listadas pela pesquisa. E a nossa lista nem é exaustiva. É uma lista de 13 situações. No Acre, esse índice sobe para além da margem de erro, 21%. Então lá, a violência vivida e a violência percebida é mais discrepante, pra pior, do que o restante do Brasil”, explica. 
A coordenadora do Instituto Avon, parceiro do projeto, Beatriz Accioly, reforçou a importância desse recorte geográfico e disse que é preciso olhar para essa extrema vulnerabilidade das mulheres da região norte.

“A violência contra as mulheres incide de maneira equânime, tende a ser mais fatal com mulheres que acumulam certos marcadores sociais da diferença, no caso do Brasil, mulheres negras. Mas ela também tem uma circunscrição geográfica. A violência doméstica e familiar é essencialmente amazônida. E a gente precisa tocar nessa ferida”, acredita.

Os dados nacionais da pesquisa mostraram que 89% das brasileiras vítimas de violência relatou a agressão física como o tipo de ataque sofrido. No recorte por unidades da federação, entre as amazonenses e baianas esse número chega a 93%. Nos demais locais, o índice é similar ao nacional.

A décima edição da pesquisa do Instituto Data Senado também mostrou que 30% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por homem. Fazendo um recorte por unidades da federação, na maior parte delas, esse valor é praticamente o mesmo. A exceção são os estados do Rio de Janeiro com 36%, de Rondônia, 37%, e do Amazonas, com 38%.

Outro dado importante do recorte por unidades da federação diz respeito ao conhecimento da Lei Maria da Penha. Apenas 24% das brasileiras afirmam conhecer muito sobre esse importante instrumento de proteção às mulheres, com o Distrito Federal alcançando o maior valor, com 33%. Os estados do Piauí, Maranhão, Amazonas registraram os números mais baixos.



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