O Ministério Público de São Paulo deflagrou na manhã desta terça (9) a operação Fim da Linha mirando suspeitos de lavar dinheiro do tráfico de drogas, roubos e outros delitos da organização PCC, o Primeiro Comando da Capital, e que atuavam em duas empresas de ônibus.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão além de 52 mandados de busca e apreensão. A justiça ainda determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões dos envolvidos no esquema. Ainda segundo a Secretaria de Segurança Pública foram apreendidos dois fuzis, uma submetralhadora, duas pistolas e um revólver com os suspeitos.
Ainda de acordo com o MP as duas empresas de ônibus a Upbus e a TransWolff operam linhas de coletivos na capital e transportam quase 700 mil passageiros por dia e receberam em 2023 mais de R$ 800 milhões de remuneração por contratos com a prefeitura de São Paulo e a Sptrans.
Já a Receita Federal, que também participou das investigações, informou que identificou diversos esquemas tributários e fiscais de lavagem de dinheiro, entre eles a distribuição de lucros aos sócios, mesmo com as empresas registrando prejuízo. Levantamento da Receita Federal mostrou que um dos sócios teria recebido mais de R$ 14 milhões de dividendos da empresa entre 2015 e 2022 sendo que nesse período a empresa registrou prejuízos de mais de R$ 5 milhões.
O fisco também identificou diversas movimentações na compra de bens móveis e imóveis de luxo através de empresas dos investigados. No total, a Receita Federal estima que irá aplicar ao grupo multas na ordem de mais de R$ 200 milhões.
Procuramos a Sptrans e a prefeitura da capital para saber o que vai acontecer com as linhas de ônibus que as duas empresas operam, mas não obtivemos retorno até agora.
Também procuramos o posicionamento das empresas Upbus e Transwolff, mas elas não responderam até o fechamento.