Mais de 50 policiais federais foram atrás de uma suposta organização criminosa que pode ter desviado R$ 14 milhões, do SUS, em licitações fraudadas. A Operação Moto-perpétuo cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira (23), em endereços ligados aos investigados, nas cidades de Curitiba, São Paulo e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Os indícios apareceram durante as investigações de outra operação da PF, a Fidúcia. A partir disso, a PF identificou um esquema em que os suspeitos utilizavam organizações não governamentais – credenciadas como “Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público” – para fraudar licitações e desviar os recursos públicos do SUS. Os valores desviados estão contabilizados em R$ 14 milhões, mas a Controladoria Geral da União já detectou um desvio de R$ 70 milhões, somente no estado do Paraná.
Com isso, a PF identificou que os investigados teriam utilizado o dinheiro para adquirir bens, em nome de outras pessoas, os chamados “laranjas”, ou de empresas fictícias. Tudo feito com a ajuda de um advogado e um contador, para esconder o recebimento indevido do dinheiro.
As investigações tiveram apoio, inclusive, da Receita Federal, que ainda vai analisar todos os dados fiscais dos investigados. Algumas medidas já foram tomadas, com autorização judicial: 10 imóveis foram retidos, em valores que passam dos R$ 20 milhões. Também foram apreendidos carros de luxo, e todos os valores acima de R$ 10 mil. As cotas sociais de duas empresas, que somam R$ 500 mil, também foram bloqueadas. No fim das contas, o valor dos bens ocultados já chega perto dos R$ 30 milhões de reais.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e organização criminosa. Somados, podem gerar penas que chegam a 18 anos de prisão.