Em particular, as tarifas sobre os veículos elétricos podem quadruplicar, o que as elevaria dos atuais 25% para 100%.
O plano foi descrito na condição de as fontes de informação não serem identificadas, uma vez que não têm autorização para o detalharem, antes do seu anúncio formal.
As novas tarifas, que devem ser anunciadas na terça-feira, surgem depois de vários dirigentes do governo Biden terem expressado a sua frustração com o “excesso de capacidade” chinesa nos veículos elétricos e em outros produtos que alegam ameaçar os empregos e a segurança nacional dos EUA.
Economias industrializadas, incluindo os EUA e os seus aliados europeus, receiam que uma onda de importações chinesas baratas afunde a sua indústria doméstica.
No caso dos EUA, o receio é o de os produtos chineses para as energias limpas minem os investimentos massivos de resposta às alterações climáticas contemplados na Lei de Redução da Inflação, que o presidente Biden assinou em agosto de 2022.
O anúncio a fazer na terça-feira deve manter algumas tarifas criadas durante o governo de Donald Trump, incidentes sobre produtos com um valor de mercado de 360 mil milhões de dólares.
Agora, seringas e equipamento solar devem estar entre os produtos que passam a ser taxados.
Há algumas indicações de a China estar a arrefecer a sua produção de baterias de lítio usadas nos veículos elétricos, telemóveis e outros bens eletrónicos, quando estes estão a enfrentar um criticismo crescente no Ocidente.
Mais radical, um senador democrata do Estado do Ohio, Sherrod Brown, afirmou na sexta-feira nas redes sociais que “tarifas não bastam. É preciso a proibição dos veículos elétricos chineses nos EUA. Ponto final”.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, que esteve em Guangzhou e Pequim no início de abril, citou a produção dos veículos elétricos e das suas baterias, bem como o equipamento para a energia solar — setores que o governo Biden está a procurar desenvolver internamente — como áreas onde os subsídios governamentais chineses causaram uma rápida expansão da produção.
“A China é agora, de forma simples, demasiado grande para o resto do mundo absorver a sua enorme capacidade. As suas ações de hoje podem mudar os preços mundiais”, disse, durante um discurso em Pequim.
O plano das novas tarifas alfandegárias foi relevado pela Bloomberg News e o The Wall Street Journal.