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Quais os impactos na política e sucessão do Irã após a morte de Ebrahim Raisi?

Quais os impactos na política e sucessão do Irã após a morte de Ebrahim Raisi?


Ebrahim Raisi, o 8º presidente do Irã, faleceu em um acidente de helicóptero, conforme informou a TV estatal iraniana. Conhecido como um “paladino anticorrupção” e defensor das classes desfavorecidas, sua morte reabre discussões sobre a sucessão no país.

A tragédia levanta questões sobre quem sucederá o líder supremo Ali Khamenei, atualmente no cargo. Raisi era considerado o candidato mais provável para assumir a liderança suprema, um papel de maior importância no Irã.

No helicóptero que caiu, estavam o presidente Raisi, o chanceler Hossein Amirabdollahian, o governador da província do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem. Antes mesmo da confirmação oficial da morte, Khamenei pediu calma à população, afirmando que “não haverá perturbações no trabalho do país”.

Segundo o artigo 131 da Constituição iraniana, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, deve assumir a presidência interina. Mokhber deverá formar um conselho com o presidente do Parlamento e o chefe do Poder Judicial para organizar novas eleições em 50 dias, momento crucial que revelará se o Irã continuará sua tendência conservadora.

Raisi assumiu a presidência em 2021, substituindo o moderado Hassan Rouhani, e seu governo refletiu um perfil linha dura. Sob seu comando, o Irã intensificou o enriquecimento de urânio e manteve uma postura firme nas negociações nucleares com os Estados Unidos. Além disso, apoiou a Rússia na guerra contra a Ucrânia e fez discursos contundentes em defesa da população palestina, enquanto o Irã lançou ataques contra Israel e apoiou grupos como Hezbollah e Houthi.

O país também enfrentou grandes protestos no final de 2022, após a morte de Jina Mahsa Amini sob custódia policial, em meio a acusações de uso inadequado do hijab.

Com a morte de Raisi, Mojtaba Khamenei, filho do líder supremo, surge como favorito para a sucessão. No entanto, essa possibilidade enfrenta resistência interna, já que a transferência do poder para um parente pode ser vista como contrária aos princípios revolucionários do país. A escolha do novo líder supremo será feita por uma assembleia de 88 clérigos e religiosos, cuja decisão pode gerar debates acalorados.

As recentes eleições parlamentares, realizadas em 1º de março, fortaleceram ainda mais os conservadores no poder, enquanto reformistas e moderados foram marginalizados. A baixa participação eleitoral, com apenas 41% dos eleitores, reflete um cenário de insatisfação popular.

Na arena internacional, o temor do Ocidente é que o Irã se aproxime ainda mais da Rússia e da China, além de intensificar o discurso e ações contra Israel, o que poderia desestabilizar ainda mais a região.



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