O Ministério da Saúde reforçou, nesta terça-feira (4), a importância da vacina contra a covid-19 para crianças. A medida tem o objetivo de frear o avanço, na Câmara dos Deputados, de projeto de decreto legislativo que quer excluir a vacina do calendário infantil.
A iniciativa da deputada Julia Zanatta, (PL/SC) tenta suspender a incorporação do imunizante ao Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 6 meses a 5 anos. Desde o começo do ano, todas as crianças nessa faixa etária devem receber as duas doses que compõem o esquema básico.
O Ministério da Saúde destacou que a inclusão da vacina contra a covid-19 no calendário infantil foi feita com base em evidências científicas internacionais, além de dados epidemiológicos relacionados a casos e óbitos provocados pela doença no Brasil ao longo dos últimos anos.
Além disso, o novo esquema de vacinação contra a doença, recomenda doses semestrais ou anuais para os públicos prioritários, como idosos e pessoas com comorbidades.
O vice-presidente da sociedade brasileira de infectologia, Sérgio Cimerman, ressalta a importância de manter o cartão de vacina atualizado.
“Minimizar a questão da hospitalização e como consequência a da mortalidade. Se conseguirmos isso, pode até ter uma covid, mas leve, que vai ser transitória e rápida. E sem sintomas ruins para a pessoa. E a vacinação ajuda a evitar a síndrome da covid longa”.
Há algumas semanas, o Programa Nacional de Imunizações começou a distribuir as doses da vacina monovalente atualizada, que protege também contra a variante XBB, a mais infecciosa atualmente. Mas por enquanto não está prevista a aplicação de uma nova dose de reforço para o público geral. Cimerman explica porque a vacinação neste momento é voltada para as pessoas mais vulneráveis.
“Porque não existem doses fabricadas para atender a toda a população. A gente tem que entender que a população não é só do Brasil. Temos população a nível mundial onde tem distribuição dessa vacina atualizada. Temos que mostrar pro ministério que essas populações vulneráveis vão fazer uso, vão ter uma efetividade adequada e num segundo momento consegue-se a produção de novas doses para atender a população geral”.
A nota do Ministério da Saúde lembra ainda que a incorporação do imunizante no calendário básico do SUS teve o apoio de entidades como a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
A vacinação das crianças também conta com aprovações regulatórias internacionais de instituições como a Organização Mundial da Saúde e o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças
*Com informações da Agência Brasil