Num comício em Famalicão, que juntou cerca de um milhar de pessoas, Sebastião Bugalho deixou também uma nota aos mais pessimistas, que consideram “impossível a AD ganhar estas eleições europeias”, ao fim de quatro vitórias seguidas, entre eleições nacionais e regionais.
“Depois desta campanha, se há algo que eu sinto é que não é nada impossível. Não é nada impossível que os portugueses confiem em nós, porque nós sabemos que, não sendo fácil, não é impossível”, disse, num comício em que saiu do palco em ombros com a bandeira da Europa nas mãos.
O candidato a eurodeputado disse, no final da sua intervenção, querer deixar “uma nota mais irónica” sobre o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
“Vejo com ironia que o líder do PS, que se autoproclamava um fazedor, ande tão incomodado com um Governo que finalmente faz coisas. Quando o fazedor esteve no Governo, nada se fez. Agora que a AD está no Governo, o fazedor está incomodado porque se fazem coisas”, criticou.
E deixou um desejo: “Que ele continue incomodado e que a AD continue a fazer coisas.”
Sebastião Bugalho – que repete não querer nacionalizar a campanha – defendeu que a escolha no próximo domingo “é muito simples”: “Entre as pessoas e ataques pessoais, entre propostas feitas para melhorar a vida das pessoas e promessas de alguém que não cumpriu quando governou e que não vai cumprir no Parlamento Europeu”.
“Como é que alguém que falhou a governar Portugal vai cumprir a tentar ajudar a Europa a governar? A escolha é entre aqueles que querem cumprir o seu programa e os que querem obstruir o programa de quem ganhou as eleições”, defendeu.
Na sua intervenção, Bugalho fez questão de agradecer a Nuno Melo, que discursou pela segunda vez nesta campanha, “ter feito renascer um partido das cinzas e torná-lo novamente Governo”.
“Eu, enquanto cidadão, agradeço-te teres ressuscitado a democracria-cristã do chão para a governação”, afirmou o candidato independente, pedindo aos “amigos sociais-democratas que o desculpem” por este aparte.
Em matéria europeia, o antigo comentador televisivo destacou algumas das propostas do programa eleitoral da AD, como um cartão que dê vantagens aos cidadãos com mais de 65 anos ou um comissário europeu dedicado às pequenas e médias empresas, e prometeu defender grupos “muitas vezes esquecidos”, como os agricultores ou os pescadores.
“Alguns vão-nos dizer que trabalhar por isto é, mais uma vez, impossível e a isso respondo: não, não é impossível. Com a AD, o impossível vai passar a ser necessário e o necessário vai passar a ser feito”, afirmou.
Antes, o “número dois” da lista e vice-presidente do PSD, Paulo Cunha, fez um dos primeiros apelos da campanha da AD contra a abstenção, desejando que, no próximo domingo, “Portugal seja notado pelo nível de assiduidade nas eleições europeias”.
“Nós queremos receber um mandato claro dos portugueses no próximo domingo. Ganhar ou perder não é indiferente, não é só saber se elegemos deputados, é saber se somos ou não uma escolha clara dos portugueses”, afirmou.
O ex-autarca de Famalicão dirigiu-se, em especial, aos que nas legislativas “hesitaram e não perceberam que a proposta da AD era um sinal de mudança”.
“Hoje estão esclarecidos, se há coisa que tem sido inequívoca na campanha é a satisfação com o governo de Portugal”, afirmou.
O dirigente do PSD defendeu que é preciso “acarinhar este Governo” e dar-lhe “condições para que cumpra o seu mandato”, mesmo num contexto “de grandes adversidades, de bloqueios parlamentares e coligações inesperadas, com o único objetivo obstaculizar a ação do governo”.