O fragmento, que mede cerca de 11 x 5 centímetros, contém um total de treze linhas em letras gregas e é originário do Egito. O papiro passou despercebido durante várias décadas no inventário da biblioteca porque o seu conteúdo era considerado insignificante. “Pensou-se que fazia parte de um documento quotidiano, como uma carta privada ou uma lista de compras, porque a caligrafia parecia muito desajeitada”, explica Lajos Berkes, professor da Faculdade de Teologia.
Quando repararam que a palavra Jesus estava no pergaminho, começaram a comparar o texto com o de outros papiros já digitalizados. Aí, os investigadores perceberam que aquele fragmento de pergaminho não podia ser um documento do quotidiano. Quando tentaram associar as palavras-chave ‘Cantar’ e ‘ramo’ identificaram o texto como o do Evangelho de Tomé.
Segundo os investigadores, é provável que esta cópia do Evangelho de Tomé tenha sido criada como um exercício de escrita numa escola ou num mosteiro devido à caligrafia imprecisa e às linhas irregulares.
O Evangelho de Tomé conta episódios da infância de Jesus e faz parte dos apócrifos bíblicos. Os textos não foram incluídos na Bíblia, mas as histórias eram muito populares e difundidas na Antiguidade e na Idade Média.
A história contada neste evangelho é de quando Jesus tinha apenas cinco anos. Jesus moldava doze pardais com o barro mole que encontrava na lama. Quando o pai, José, o repreende e pergunta por que razão está a fazer tais coisas no sábado sagrado, Jesus, bate palmas e dá vida às figuras de barro.
