O ataque ocorreu na sexta-feira, na aldeia de Kyanganda, no setor Bapere, na província do Kivu do Norte, segundo explicaram esta segunda-feira os meios de comunicação locais.
“Os terroristas das ADF contornaram o Exército, que ainda estava na aldeia de Kambau. Mataram 14 pessoas na aldeia vizinha de Kyanganda”, disse o coronel Alain Kiwewa, administrador do território de Lubero, onde está localizada a aldeia atacada.
O chefe de Bapere, Macaire Sivikunula, disse ao portal de notícias Actualité que “os rebeldes da ADF chegaram à cidade por trilhas”.
“Eles prenderam a população de Kyanganda antes de começarem a massacrá-la. Algumas vítimas foram até amarradas antes de serem mortas com catanas”, sublinhou Sivikunula.
Pelo menos 42 pessoas morreram no dia 12, num outro ataque atribuído às ADF na localidade de Maakengu, também no território de Lubero.
As ADF são uma milícia de origem ugandesa, mas atualmente têm as suas bases nas províncias vizinhas de Kivu do Norte e Ituri, onde cometem ataques frequentes e mantêm a população aterrorizada.
Os seus objetivos são difusos, para além de uma possível ligação com o designado Estado Islâmico (EI), que por vezes assume a responsabilidade pelas suas ações.
Embora os especialistas do Conselho de Segurança das Nações Unidas não tenham encontrado provas de apoio direto do EI à ADF, os Estados Unidos identificam-na desde março de 2021 como “uma organização terrorista” afiliada do grupo jihadista.
As autoridades ugandesas também acusam o grupo de organizar ataques dentro do seu território e, em novembro de 2021, os exércitos do Uganda e da República Democrática do Congo iniciaram uma operação militar conjunta para combater estes rebeldes.
Desde 1998, o leste da República Democrática do Congo está mergulhado num conflito alimentado por mais de uma centena de grupos rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão da ONU no país.