“Traidores”, “judas”, “vergonhoso”, “baixaram as calças ao Governo”, “vendidos”, “lacaios”, “o nosso risco fica entre as empregadas de limpeza e os seguranças da PJ”. Estes foram apenas os epítetos mais suaves dirigidos publicamente por polícias e militares aos dirigentes sindicais que assinaram o acordo com o Governo, aceitando desta forma um aumento de 300 euros no suplemento de risco. Na prática, os elementos da GNR e da PSP vão passar a receber 400 euros neste suplemento (em 2027) , a que acrescem 20% do salário-base.
Mas o acordo não agradou a muitos, que ameaçam agora abandonar as estruturas sindicais a que estavam filiados.A revolta está a levar centenas de associados a anularem o vínculo aos principais sindicatos da PSP e da GNR, segundo denunciam as próprias estruturas. Esta divisão entre polícias já ditou a ‘morte’ da plataforma de sindicatos, também eles divididos sobre o valor atribuído.O Sindicato Independente de Agentes da PSP (SIAP/PSP), e a Associação Nacional de Sargentos da GNR (ANSG) decidiram, entretanto, avançar com ações separadas para o Tribunal Constitucional, contra o acordo assinado por cinco sindicatos e associações das duas forças de segurança. Consideram que o acordo é um atentado ao princípio constitucional da igualdade.A 6 de janeiro de 2025 há reunião no Ministério da Administração Interna para negociar um novo estatuto remuneratório da PSP e da GNR, que terão também aumentos indexados aos restantes trabalhadores da Função Pública.