Em um dia de forte instabilidade no mercado financeiro, o dólar alcançou R$ 6,30 nesta quarta-feira (18), marcando um novo recorde ao final do pregão. O avanço reflete o impacto da decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, de reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, situando-a entre 4,25% e 4,50%. O anúncio, que sinaliza a segunda redução consecutiva, também levou a Bolsa de Valores brasileira a recuar: o Ibovespa caiu 2,31%, encerrando o dia aos 121.807 pontos.
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O presidente do Fed, Jerome Powell, declarou que a decisão foi difícil, mas necessária. “Foi uma decisão mais difícil, mas decidimos que era a certa”, afirmou durante coletiva.
Antes mesmo do anúncio do Fed, a cotação do dólar já oscilava em meio à incerteza doméstica. Por volta das 13h, a moeda americana era negociada a R$ 6,19, reagindo a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele atribuiu parte da alta à “especulação” e afirmou esperar uma estabilização em breve. “Temos um câmbio flutuante e, neste momento, há um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas acredito que ele vai se acomodar”, comentou Haddad.
O atraso na aprovação do pacote fiscal também tem contribuído para a pressão sobre o câmbio, de acordo com o ministro.
Na tentativa de reduzir a volatilidade, o Banco Central (BC) realizou leilões entre os dias 12 e 17 de dezembro, injetando US$ 12,8 bilhões no mercado. Deste total, US$ 5,8 bilhões foram ofertados em vendas à vista, sem compromisso de recompra.
Ainda assim, os esforços do BC não foram suficientes para conter a valorização da moeda americana. Especialistas apontam que a demanda por dólares permanece alta, com investidores em busca de proteção diante do cenário de incertezas.
Como precedente, em maio de 2020, o BC precisou leiloar US$ 7 bilhões em um único dia para evitar que o dólar ultrapassasse a barreira de R$ 6,00.