A encenação do espetáculo Paixão de Cristo é uma das mais emocionantes para os atores e atrizes que participam. Em João Pessoa, o evento, realizado pela Prefeitura, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), faz parte do calendário cultural da cidade e sempre emociona. No Dia do Teatro, celebrado nesta quinta-feira (27), artistas de João Pessoa falam sobre suas experiências e da gratidão por fazer parte da tradicional montagem.
“É muito importante para todos nós a montagem desse espetáculo Paixão de Cristo porque nós conseguimos ofertar à cidade de João Pessoa um espetáculo de qualidade artística, estética, com muita emoção. É um momento de rememorar o drama de Jesus Cristo que todo o mundo ocidental vivencia, mas é, principalmente, o momento de valorizarmos o teatro de João Pessoa”, pontua o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele afirma que a Fundação mobiliza cerca de 100 profissionais do teatro da cidade, entre atores, atrizes, técnicos, cenografia, equipe de iluminação, um conjunto grande de profissionais envolvidos de forma responsável na montagem do espetáculo.
“É um momento muito desejado na cena teatral de João Pessoa, mas nós não acabamos a nossa participação, enquanto Funjope, no estímulo ao teatro da cidade, no espetáculo. Nós sempre participamos e nos envolvemos em outros momentos, por meio de editais, da Paixão de Cristo nos bairros que, este ano, nos dedicamos a selecionar dez espetáculos de teatro em dez bairros diferentes, valorizando o teatro comunitário que é muito forte na cidade. É um momento muito especial que a cultura e as artes de João Pessoa vivem e nós ficamos orgulhosos de poder partilhar isso com os profissionais do teatro”, comemora.
Anna Raquel Apolinário – Há 20 anos fazendo teatro, a atriz Anna Raquel Apolinário, que interpretou Maria Madalena em 2024, lembra que já participou de vários espetáculos, com grandes diretores, a exemplo de Fernando Teixeira e Roberto Cartaxo. “Para mim, além da questão artística, como atriz, como um trabalho das artes cênicas, é muito significativo como cristã que sou. Além de atuar, de trabalhar, professo a minha fé num momento que tanto gosto e acredito. Gosto muito de participar da Paixão de Cristo daqui”, revelou a atriz.
Ela ressaltou o quanto é importante estar junto com os colegas de teatro, já que há poucos encontros ao longo do ano, separados por seus projetos pessoais. “É um momento de integração, de alegria, de leveza. É um trabalho que tem uma energia muito bacana, bonita, divertida. Estão todos muito dedicados neste momento para que a gente possa fazer o melhor possível e contar para o público com emoção”.
Para Anna Raquel Apolinário, a Paixão de Cristo realizada pela Funjope valoriza o ator paraibano e toda a equipe envolvida no projeto. “É um momento em que as pessoas se programam, lotam o espaço em frente à igreja. A gente vê a quantidade de pessoas que vão, querem ouvir e valorizam. Elas sabem que existe um cuidado com a estrutura, como é pensado, quanto é investido para que esse evento seja realizado”, comenta.
A atriz entende que o teatro é a arte do encontro, da criação, do convívio, da construção coletiva, do autoconhecimento, da reflexão. “O palco é um espaço onde a gente pode viver mil vidas, mil situações. É um momento de reflexão muito grande para o público que, muitas vezes, se identifica com suas histórias, dores, alegrias, conflitos do ser humano. É para se comemorar sim o ser humano poder se expressar e ter encontrado, através do teatro, que é uma das linguagens artísticas, esse caminho de estar questionando, provocando, se emocionando, contando, recontando e vivenciando histórias que tocam a nossa alma”, diz.
Itamira Barbosa – A atriz Itamira Barbosa, que também integra o elenco do espetáculo teatral, afirma que participar da Paixão de Cristo em João Pessoa é entrar em contato com uma equipe de artistas focados em fazer o melhor para mostrar à plateia.
“São artistas focados em fazer um espetáculo digno de contar a história de Jesus, com todas as suas camadas de humanidade e amor”, destaca.
Ela afirma que, no Dia do Teatro há muito o que celebrar. “Temos muito o que comemorar por todos aqueles que se dedicam a essa arte tão completa. Estar ao lado dos meus amigos e companheiros de teatro fortalece o afeto e o desejo de continuar fazendo teatro”, acrescenta.
Jorge Félix – Intérprete de Pilatos na Paixão de Cristo, Jorge Félix afirma que o ator se reinventa a cada personagem e a cada história, mas ressalta que há uma história que é a mais importante, a mais sublime e a mais bonita de todas as histórias do mundo que é a história de Jesus Cristo.
“Aqui em João Pessoa temos esse grande espetáculo promovido pela Funjope. Esse é o terceiro ano consecutivo que eu faço o personagem Pilatos e, para mim, é a história que emociona o público, a história que lota o largo de São Francisco com milhares de pessoas para assistir a cada sessão. É muito emocionante participar desse espetáculo”, declara.
Ele ressalta que a Funjope vem, a cada ano, lutando, com suas armas, para valorizar cada vez mais o artista pessoense com melhores cachês, com um amparo de produção cada vez melhor, e que isso o deixa muito feliz.
“O Dia do Teatro é o dia de comemorar a arte da cena, da interpretação, do ator, do público. Ainda não estamos em cena com o espetáculo da Paixão de Cristo, mas estamos em processo. Então, comemoramos o teatro fazendo o nosso ofício e isso é muito lindo”, considera.
Walter Olivério – O ator Walter Olivério afirma que fazer parte do elenco da Paixão de Cristo é um prazer enorme. “É muito gratificante não só pela história que a gente conta, mas por estar construindo a cena do teatro paraibano e pessoense que eu digo, sem medo, que é uma das mais ricas do nosso país. E a prova disso é a quantidade de pessoas inscritas nessa seleção de atores e atrizes e ver a qualidade dos profissionais selecionados e também dos que não foram. É incrível ver pessoas extremamente capacitadas que não passaram nesse teste de seleção. Isso mostra a qualidade do teatro paraibano, o quão rico é”, afirma.
Ele ressalta que é essencial acontecer a Paixão de Cristo em João Pessoa e observa que o espetáculo vem sendo construído com muito profissionalismo. “Esse encontro é uma grande celebração da arte, do teatro”, diz. E acrescenta: “Estar na Paixão de Cristo é uma celebração. Nos últimos anos, eu venho desempenhando o papel de Jesus ensaiador, que é invisível para o público que assiste ao espetáculo, mas que acaba se tornando tão importante quanto os outros atores que estão em cena porque eu passo todo esse tempo do processo de montagem ensaiando o personagem de Jesus junto com meus companheiros de cena”. Quando o ator convidado chega, Olivério compartilha com ele o que foi construído para que ele pegue de forma mais rápida e prática possível.
Ele parabenizou a Funjope pela evolução no processo da montagem da Paixão de Cristo, inclusive, no cachê, o que valoriza o trabalho de cada ator.
Walter Olivério afirma que o teatro é sua vida. “Todos os dias eu celebro a minha vida através da existência do teatro, seja questionando esse mundo em que vivemos, seja apresentando as belezas desse mundo, seja levando a arte, o riso, a felicidade, a alegria, os questionamentos. O teatro é celebração, é vida, é união. Hoje meu filho Ierê tem 7 anos e é ator. Ele se realiza e eu me realizo em cena com ele”. Ierê estreou na Paixão de Cristo em 2024.
Para Olivério, há muito a celebrar nesse dia. “Temos uma das cenas mais ricas do Brasil, com atores e técnicos extremamente qualificados e referência no nosso país. Viva o teatro paraibano, viva o teatro pessoense e que tenhamos cada vez mais motivos para celebrar, cada vez mais espaços para ensaios, cada vez mais incentivo. Viva a nossa arte”, completa.
