O Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) de Castelo Branco registou um total de 480 entradas de animais em 2023, sendo que a maior afluência ocorreu nos meses de maio, junho e julho.
Segundo a associação ambientalista Quercus, a maioria dos animais (77%) que deram entrada no CERAS eram provenientes do distrito de Castelo Branco e 13% de Portalegre.
Já em relação às admissões, 42% foi entregue pelo Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR ou por outros agentes não afetos ao SEPNA, 15% pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e 33% por particulares.
“A larga maioria dos ingressos pertence à classe das aves (84%), 15% pertencem à classe dos mamíferos e 1% à dos répteis”, sintetizam os ambientalistas.
De acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, a grande maioria dos animais que deu entrada no CERAS em 2023 era de espécies com estatuto de conservação “Pouco Preocupante” (400), seguido de “Quase Ameaçado” (42).
Cinco animais pertenciam a espécies com estatuto de conservação “Em Perigo Crítico de Extinção” e 22 com estatuto “Vulnerável”.
De acordo com os ambientalistas, de um modo geral, as principais causas de entrada de animais no CERAS foram de origem traumática.
“Cerca de um quarto dos casos diz respeito a crias que caíram dos ninhos, ficaram órfãs ou com o ninho destruído”, referem.
Em 2023, foram recuperados com sucesso e libertados 157 animais e morreram 263, dos quais 56 foram eutanasiados.
A taxa de recuperação do CERAS em 2023 foi de 41%.
Foram ainda desenvolvidas cerca de duas centenas de ações de educação e sensibilização ambiental, como a libertação dos animais recuperados ou ‘workshops’, envolvendo essencialmente a população da região de Castelo Branco.
O CERAS é um projeto da Quercus e conta com o apoio da Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB), do Fundo Ambiental, e outros mecenas.
Em funcionamento desde 1999 e com as suas instalações localizadas na ESACB, o principal objetivo é a recuperação dos animais selvagens debilitados e a sua devolução ao meio natural.
O centro colabora ainda com vários projetos científicos nacionais e internacionais e dinamiza outras atividades, como ações de formação e de educação ambiental.