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Instituto Lula usa WhatsApp para mobilizar 100 mil militantes em campanhas pró-Lula, revela Estadão

Instituto Lula usa WhatsApp para mobilizar 100 mil militantes em campanhas pró-Lula, revela Estadão


O Instituto Lula, investigado pela Operação Lava Jato, utilizou um exército de aproximadamente 100 mil militantes para disseminar mensagens pró-Lula (PT) e anti-Bolsonaro (PL) pelo WhatsApp durante a campanha eleitoral de 2022, conforme revelado pelo jornal Estadão.

De acordo com o jornal, diversos grupos no aplicativo continuam a ser usados pela militância petista após a vitória de Lula, promovendo informações pró-governo e desinformação. O chamado “gabinete da ousadia” do PT influencia a comunicação do governo nas redes sociais.

A operação, idealizada pelo ex-presidente do instituto e ex-sindicalista Paulo Okamotto, contou com a colaboração de estrategistas da equipe do senador americano Bernie Sanders e foi coordenada por Ana Flávia Marques, diretora do Instituto Lula e responsável pela campanha Lula Livre de 2018 a 2021. Okamotto afirma que a entidade é “apartidária” e não participou da eleição presidencial.

Denominado “programa de voluntários”, o projeto interagia com a campanha oficial na seleção de temas e abordagens para o conteúdo divulgado.

Conhecidos entre os militantes como “Zap do Lula”, “Time Lula”, “Evangélicos com Lula” e “Caçadores de Fake News”, esses grupos eram acessíveis pelo site oficial de Lula (lula.com.br). Em 2022, um dos principais objetivos era conquistar o apoio dos evangélicos, que majoritariamente apoiavam Bolsonaro.

Segundo o Estadão, peças como o “Evangelho segundo Bolsonaro” — vídeos curtos comparando declarações do ex-presidente a passagens bíblicas — foram amplamente compartilhadas. Frases como “Bolsonaro: o governo do ódio, da corrupção e da mentira” acompanhavam os vídeos.

Além de promover o governo, os grupos de WhatsApp do Instituto Lula organizam mutirões para denunciar postagens de perfis políticos de direita e atacam a imprensa. Reportagens que desagradam são rotuladas como “campanha sistemática contra o governo” ou “informações não confirmadas”. Há também recomendações para seguir canais como o Plantão Brasil, no YouTube, do influenciador Thiago dos Reis, conhecido por espalhar fake news pró-governo.

Uma militante declarou: “Nós da esquerda temos que parar de seguir tantas regras para enfrentar os fascistas”. Outro militante comentou: “Muitas pessoas que se dizem de esquerda não dão ‘ibope’ para o próprio conteúdo, preferem dar audiência para certos tipos de canais de direita, como CNN, Estadão, Antagonista, Metrópoles, entre outros canais lixo”.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou pela décima primeira vez o inquérito das milícias digitais, que investiga a existência e financiamento de milícias digitais ‘antidemocráticas’. A investigação, instaurada em julho de 2021, terá mais 180 dias para ser concluída. Moraes justificou a prorrogação pela necessidade de continuar as diligências pendentes. Resta saber se o ministro incluirá as denúncias sobre o ‘exército do zap’ do Instituto Lula nas investigações.

Brasil 247, Ópera Mundi, Fórum e O Cafezinho estão entre os blogs lulistas que receberam verbas de publicidade federal durante o governos passado do PT. Em 2014 e 2015, respectivamente, o Brasil 247 recebeu R$ 1.474.438 e R$ 2.232.486; Ópera Mundi, R$ 684.150 e R$ 1.287.189; Fórum, R$ 99.761 e R$ 448.162; e O Cafezinho, R$ 55.094 em 2015.



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