Os seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram lembrados em um grande ato na tarde desta quinta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro. Familiares, amigos e outras vítimas de violência protestaram contra o crime, que segue até hoje sem o esclarecimento dos mandantes.
Luyara Franco, filha de Marielle, destacou a gravidade dessa demora. “Seis anos é tempo demais. É tempo demais pra dor, para saudade e pra justiça. É inadmissível que a nossa família, a família do Anderson, ainda não tenha resposta sobre quem mandou matar”.
Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, reforçou o protesto. “Mais uma vez eu repito a mesma frase que eu falo há seis anos. Eu espero que a gente não precise mais esperar mais 6 anos, mais 1 ano, para a gente responder quem mandou matar a Marielle e o Anderson”.
Marinete Silva, mãe de Marielle, definiu a data como um dia de resistência. “Num dia de luta, num dia de dor, mas também um dia de resistência para continuar com essa luta, continuar com o nosso objetivo que é justiça para Marielle e Anderson”.
Agatha Reis, viúva de Anderson Gomes, relembrou a necessidade de justiça não somente para a vereadora e o motorista, mas para muitas outras vítimas da violência. “A gente precisa de muitas respostas, a gente precisa de muitas mudanças. Não só quem mandou matar Marielle e Anderson mas são muitas outras respostas”.
Durante a manhã, a viúva de Marielle e vereadora Mônica Benício, liderou outro ato, em frente à Câmara de Vereadores, na Cinelândia, também no Centro. Mônica falou sobre as investigações do caso. “Houve avanços significativos desde o ano passado, especialmente com a delação do Élcio Queiroz, que hoje é um réu confesso, se colocando ali, admitindo que era o motorista que conduzia o carro, que levava Ronnie Lessa que foi o atirador que assassinou Marielle e Anderson. Mas a minha expectativa na verdade era que a gente na verdade não chegasse ao marco de seis anos sem essas respostas”.
O Ministério Público do Rio de Janeiro, que criou uma força-tarefa para acompanhar as investigações em 2021, informou que avanços foram obtidos no último ano das investigações. Já a Polícia Federal, que trabalha no caso desde o início do ano passado, disse que não comenta ou divulga informações sobre investigações em andamento.