A brasileira partilhou um vídeo nas redes sociais no qual afirmava que as cheias no Rio Grande do Sul, que já provocaram mais de 150 mortos e 540 mil desalojados, eram resultado da “ira de Deus” pelo número de ritos e ‘macumbas’ praticados naquele Estado.
“O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de ‘macumba’. Alguns profetas já tinham anunciado que algo iria acontecer devido à ira de Deus. Andam a misturar o santo com o profano. As pessoas andaram a brincar. Deus não divide a sua honra com ninguém”, disse Michele Dias Abreu.
O vídeo tornou-se viral nas redes sociais, com mais de três milhões de visualizações.
O Ministério Público de Minas Gerais, Estado onde a criadora de conteúdos digitais reside, acusou Michele de cometer um crime de intolerância religiosa e de induzir milhares de pessoas à “discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de matriz africana”.
A mulher está proibida de sair do Brasil sem autorização e de fazer novas publicações sobre religiões ou com conteúdo falso sobre as cheias que estão a afetar o Rio Grande do Sul.
A intolerância religiosa é considerada crime no Brasil. Em 2023, o presidente brasileiro, Lula da Silva, tornou mais severas as penas para estes crimes. Atualmente, a lei prevê penas entre os dois a cinco anos de prisão para quem impedir ou empregar violência contra manifestações e práticas religiosas. Trata-se da mesma punição nos casos de crimes raciais naquele país na América do Sul.