A comitiva interministerial – com a ministra Sonia Guajajara; a presidenta da Funai, Joenia Wapichana; e a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) – esteve na Bahia, nessa segunda-feira (22), para visitar os feridos no confronto entre fazendeiros e o povo Pataxó Ha Ha Hãe, ocorrido no fim de semana numa área de retomada próxima à Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, a cerca de 550 quilômetros de Salvador.
Entre os feridos, o cacique Nailton Muniz. A comitiva esteve também no velório de Maria de Fátima Muniz, pajé e irmã do cacique conhecida como Nega Pataxó, que morreu baleada no mesmo ataque.
A indígena era liderança espiritual e professora com importante atuação junto à juventude e às mulheres indígenas e, junto com seu irmão, integrava redes de saberes tradicionais de universidades brasileiras
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, durante o encontro, os indígenas acusaram os policiais de omissão de socorro e de apoio aos fazendeiros. O representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Jonata Carvalho Galvão da Silva, disse que essas denúncias serão investigadas, assim como a de ameaças e tortura de indígenas na região.
Para a ministra Sônia Guajajara, o episódio de violência no sul da Bahia já é uma manifestação alinhada com a aprovação da tese do marco temporal pelo Congresso Nacional.
O Ministério dos Povos Indígenas tem acompanhado as situações de conflitos que vêm acontecendo e se ampliando em todo o Brasil.
O sudoeste da Bahia, assim como o sul do estado, vive um longo histórico de conflitos fundiários entre fazendeiros e indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe, que têm denunciado ameaças, violências e invasão de seus territórios.