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CIDH julga Estado brasileiro por morte de trabalhadores rurais

CIDH julga Estado brasileiro por morte de trabalhadores rurais


A Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, julga a atuação do Estado brasileiro ao investigar a morte e o desaparecimento de trabalhadores rurais na Paraíba.

Nesta quinta-feira (8), o tribunal decide sobre o caso do trabalhador rural Manoel Luiz da Silva, morto em maio de 1997. A Corte Interamericana deve decidir se o Brasil foi omisso em investigar e punir os assassinos de Manoel, morto a tiros em conflito por terras e luta pela reforma agrária, em São Miguel de Taipu, na Paraíba.

Ele deixou esposa, grávida, e o filho de quatro anos, Manoel Adelino. Hoje, com 31 anos, o filho está na Costa Rica, para acompanhar o julgamento.

Um parecer da Comissão Interamericana apontou que, apesar de inúmeras provas que indicavam os responsáveis pelo crime, “a omissão da polícia” brasileira teria inviabilizado o julgamento dos responsáveis.

O caso foi parar na Corte internacional por iniciativa de organizações, como a Comissão Pastoral da Terra da Paraíba. De acordo com a entidade, os conflitos por terra no Brasil aumentaram 16,7% e atingiram 181 mil famílias em 2022, ano em que 47 pessoas foram assassinadas.

Se o Brasil for considerado culpado, a Corte pode determinar a reparação das famílias afetadas e a tomada de medidas para evitar novos crimes como esse.

Nesta sexta-feira (9) será a vez da Corte Interamericana de Direitos Humanos julgar outro caso semelhante.

Em 2002, Almir Muniz da Silva, um líder de trabalhadores rurais de Itabaiana, Paraíba, desapareceu. Ele havia denunciado a formação de milícias privadas.

Uma investigação da Comissão Interamericana concluiu, no ano passado, que o trabalhador rural teria sido assassinado “por um agente da polícia e que as autoridades teriam atuado com o consentimento ao não levar a cabo uma investigação com buscas imediatas e diligências”.

Ainda segundo a Comissão internacional, a impunidade pelo assassinato de Almir Muniz pode ter causado medo no movimento de trabalhadores rurais.

Pedimos um posicionamento para o Ministério da Justiça sobre os dois casos. Ainda sem resposta.



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