Senadores e deputados federais de partidos que integram o Governo Lula (PT) surpreenderam ao votar contra os vetos do mandatário em várias votações realizadas no Congresso na terça-feira (28).
Em uma série de quatro votações nominais, os representantes de ministérios deram mais votos contrários do que favoráveis às posições do Governo Lula. No embate sobre a derrubada do veto presidencial à lei que proíbe as “saidinhas” de presos, os partidos alinhados com o governo contabilizaram 173 votos contrários, enquanto apenas 123 foram a favor.
A dissidência também foi significativa na votação sobre a manutenção do veto presidencial à criminalização das fake news eleitorais, com 197 votos contra o governo e 125 a favor.
Outra divergência veio à tona na votação para derrubar o veto presidencial a um trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que buscava restringir gastos do governo que pudessem infringir valores conservadores. Nesta ocasião, 124 votos se alinharam com o governo, enquanto 242 se posicionaram contra, destacando uma clara discordância com a orientação de Lula.
Entretanto, houve uma única vitória para o governo nas votações nominais, na luta pela manutenção do veto presidencial ao trecho da LDO que estabelecia um calendário para o pagamento de emendas parlamentares. Neste caso, 220 votos foram a favor da manutenção do veto, enquanto apenas 79 se opuseram, representando um alívio para o governo diante das derrotas anteriores.
O Partido Progressista (PP) emergiu como o mais resistente, acumulando 151 votos contrários às posições do governo. Surpreendentemente, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) destacaram-se como os únicos a votar unanimemente a favor do governo em todas as quatro votações.
Mesmo o Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Lula, não ficou imune à dissidência, registrando dois votos contrários ao governo. Além das derrotas nas votações nominais, o governo federal enfrentou mais duas derrotas simbólicas na Câmara, ressaltando o desafio crescente em manter sua base aliada coesa no Congresso.