Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Lula manda PT injetar quantidade significativa de dinheiro na campanha de Boulos

Lula manda PT injetar quantidade significativa de dinheiro na campanha de Boulos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi acionado por integrantes do PT para arbitrar um conflito interno no partido sobre o repasse de recursos do fundo eleitoral para a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo. A candidatura de Boulos, que tem Marta Suplicy (PT) como vice, é vista como estratégica para fortalecer a base de apoio de Lula e enfrentar a oposição liderada por Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026.

A resistência ao repasse de recursos partiu principalmente de pré-candidatos a vereador em São Paulo, que reivindicam uma compensação pelo fato de o PT ter optado por não lançar candidatura própria e apoiar Boulos. Todos os atuais nove vereadores do partido buscam a reeleição em outubro. Parte da cúpula do PT desaconselhou a contribuição direta à campanha do PSOL, argumentando que essa não é uma prática regular do partido e poderia complicar a prestação de contas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Defensores do suporte financeiro ressaltam a importância da eleição de Boulos para a base de apoio de Lula. Com a intervenção direta do presidente, a campanha em São Paulo é tratada como crucial para a esquerda. Lula conversou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e com a tesoureira do partido, Gleide Andrade, para encontrar uma solução.

A estratégia em estudo é destinar recursos à candidatura de Marta Suplicy, utilizando a cota reservada às mulheres, conforme exige a legislação eleitoral. O medo é que outros aliados passem a exigir o mesmo tipo de colaboração. A lei permite que candidatos a vice abram uma conta própria de campanha, registrando receitas e despesas de forma separada.

O debate sobre a divisão de recursos intensificou-se nos últimos meses e continua em reuniões fechadas do partido, tanto em São Paulo quanto em Brasília. A possibilidade de o PT deixar de contribuir com o PSOL nos custos da campanha majoritária chegou a ser discutida, mas foi abandonada. A ideia de vetar contribuições a partidos fora da federação PT-PC do B-PV também não prosperou.

Dirigentes de PT e PSOL têm evitado dar informações sobre as tratativas, afirmando apenas que os critérios para a distribuição de recursos ainda estão sendo definidos. As duas siglas concordam que a eleição em São Paulo será uma prioridade na destinação de verbas.

A bancada paulistana do PT solicitou R$ 15 milhões para as campanhas de vereadores na reunião com o presidente municipal da sigla, Laércio Ribeiro. No entanto, a cifra é considerada improvável de ser atingida. Em 2020, a campanha de Jilmar Tatto à prefeitura recebeu R$ 6 milhões, enquanto os candidatos a vereador receberam um total de R$ 5 milhões.

Guilherme Boulos, que concorreu à prefeitura em 2020 e chegou ao segundo turno, teve uma campanha com recursos modestos, totalizando R$ 7,5 milhões. Desses, R$ 3,9 milhões foram enviados pela direção estadual do PSOL, enquanto o restante veio de uma vaquinha virtual e doações individuais.

O risco para as candidaturas do PT a vereador foi um dos pontos de resistência à aliança com Boulos, costurada por Lula em 2022. O temor era que a bancada petista fosse prejudicada pela ausência de um candidato próprio a prefeito, algo inédito desde a redemocratização. No entanto, o acordo prevaleceu, e a chapa de Boulos e Marta Suplicy precisa agora estar bem posicionada financeiramente para enfrentar os aliados do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro.

Dirigentes do PT têm tranquilizado os pré-candidatos, assegurando que a campanha em São Paulo é prioritária e que não faltarão recursos. A meta é aumentar o número de cadeiras do PT na Câmara Municipal de São Paulo, com 49 candidatos pelo PT, 5 pelo PV e 2 pelo PC do B.



Link da fonte aqui!