A sequência de cortes da taxa Selic, referência para os juros cobrados em empréstimos no Brasil, foi interrompida nesta quarta-feira. O Copom, Comitê de Política Econômica do Banco Central, decidiu, de maneira unânime, manter a taxa em 10,5% ao ano. E para especialistas, esse deve ser o valor até o fim do ano.
Em nota, o comitê apontou incertezas no exterior, como a política de juros nos Estados unidos. No Brasil, pesaram a economia e o mercado de trabalho mais aquecidos que o esperado e um ritmo mais lento de queda de inflação.
O professor de Economia da Universidade Federal de São Paulo, André Roncaglia, não ficou surpreso, mas lamentou a manutenção da Selic. Para ele, havia espaço para mais um corte, mas a pressão do mercado financeiro fez com que os membros do comitê indicados pelo presidente Lula votassem pelo fim das reduções para evitar dificuldades futuros cortes.
O economista e professor da Universidade de Brasília, Cesar Bergo, disse que o mercado já esperava e que aprovou a decisão. A tendência é a manutenção da acha de juros em 10,5%.
O Copom se reúne mais quatro vezes neste ano. O próximo encontro será nos dias 30 e 31 de julho.