Nos últimos dois anos, acidentes com queimaduras foram a causa de cerca de 14 mil hospitalizações de crianças e adolescentes no Sistema Único de Saúde. O dado é de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria. Em 2023, foram quase sete mil casos. O levantamento levou em consideração somente os casos graves, com indicação de acompanhamento hospitalar.
Em média, o SUS registra cerca de 20 hospitalizações diárias por queimaduras na faixa etária de zero a 19 anos. As maiores vítimas são crianças com idade entre 1 e 4 anos. Em seguida, aparecem as faixas de 5 a 9 anos; e de 15 a 19 anos.
A pediatra e presidente do Departamento de Prevenção e Enfrentamento às Causas Externas, da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luci Pfeiffer, fala das principais consequências das queimaduras.
“A queimadura destrói as camadas de proteção da pele, por isso, pode levar a infecções que podem trazer efeitos secundários e muito risco”.
Luci Pfeiffer alerta que é preciso muito cuidado com as crianças nesta época de festejos juninos.
“Criança tem que estar longe de fogueira. A fogueira tem que ter uma barra de proteção à sua volta, do mesmo jeito que quem usa lareira nesse tempo frio, não pode ter o fogo direto. A fogueira tem que ter uma estrutura que não aqueça, para evitar queimaduras”.
A médica orienta ainda sobre o que fazer em caso de acidentes.
“A conduta é retirar a roupa na parte que tá lesada, água corrente e fria e procurar imediatamente um serviço de urgência, independentemente da extensão da queimadura. Até para saber se ela é leve, ou se necessita de uma assistência imediata em casos mais graves”.
Entre os estados com mais internações por queimaduras no período, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Paraná aparece em primeiro lugar, com 1.730 registros; seguido por São Paulo, com 1.709; e a Bahia, com 1.572.
Já nas regiões… em 2023, o número de internações aumentou em quatro das cinco regiões do país. A exceção é apenas a região Centro-Oeste.