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CGU aponta distorção de R$ 2,7 bilhões nas contas do Ministério da Educação

CGU aponta distorção de R$ 2,7 bilhões nas contas do Ministério da Educação


A Controladoria Geral da União (CGU) revelou uma distorção de R$ 2,7 bilhões nas contas do Ministério da Educação referentes a 2023, o primeiro ano do governo Lula 3. Segundo a fiscalização, a maior parte da distorção, cerca de R$ 1,7 bilhão, resulta da manutenção indevida, no ativo do MEC, de registros de crédito cujas prestações de contas não foram analisadas. As informações são do site Metrópoles.

Esses créditos foram repassados por meio de Termos de Execução Descentralizada (TED). “A existência de saldos referentes a instrumentos de TED com vigência expirada há mais de onze meses resultou em superavaliação do ativo em R$ 1.735.131.450,99, com impacto de igual valor nas demonstrações de resultados”, pontuou a CGU. A pasta é comandada pelo ministro Camilo Santana (PT-CE). A fiscalização identificou que, dos 2.777 registros de TED em conta contábil do MEC em 31 de dezembro do ano passado, 1.179, cerca de 42,4%, tinham seus prazos de análise vencidos em data anterior a 31 de janeiro de 2023.

O prazo estabelecido para prestação de contas, ou Relatório de Cumprimento do Objeto (RCO), é de 120 dias a partir do final do período de validade do TED. O governo federal tem, a partir daí, mais 180 dias para tomar providências sobre o relatório da CGU.

Outro problema apontado pela CGU nas contas do MEC de 2023 refere-se a um saldo de R$ 675,4 milhões classificado como “Obras em Andamento”. Esse saldo está vinculado à construção de 444 Centros de Atenção Integral à Criança (CAIC), programa implantado pela Secretaria de Projetos Educacionais Especiais (Sepespe), extinta em 1995. Desde 2012, esse saldo tem sido apontado como uma inconsistência nas contas do MEC, e providências estão sendo adotadas para resolver o problema.

Entre as distorções, a CGU mencionou também a existência de créditos da carteira Crédito Educativo (Creduc) que não atendem aos critérios contábeis de reconhecimento, resultando numa superavaliação do ativo em R$ 311 milhões. “Os valores que compõem o saldo alongado, desde 2003, na conta Empréstimos Concedidos não foram abrangidos na venda pelo MEC da carteira do Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC), em 1999, nem da liquidação dessa carteira pela CAIXA, ocorrida em 2009, e consequente incorporação ao Fies do saldo de R$ 19.646.086,20”, observa a fiscalização.

A CGU também destacou uma diferença de R$ 10,4 milhões nos cálculos de depreciação de bens móveis feitos pelo Sistema de Administração de Patrimônio (SAP) do ministério e pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal. Enquanto o sistema do MEC calcula o montante das depreciações em R$ 93.296.493,70, o registro no Siafi totalizava R$ 103.747.814,69.



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