O PSD afirmou que só apoiará oficialmente a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 se o presidente manifestar apoio à candidatura de Antônio Brito (PSD-BA) para a presidência da Câmara dos Deputados. Nos bastidores, o Planalto tenta conquistar o apoio do presidente do partido, Gilberto Kassab, para garantir o PSD no “projeto Lula 4”. No entanto, membros da cúpula do partido ressaltam a “falta de reciprocidade” por parte do governo.
Segundo líderes do PSD, Lula precisa “oficializar o casamento” com o partido, dando um sinal claro de apoio a Brito, se quiser contar com o suporte de Kassab e os 877 prefeitos do PSD nas eleições presidenciais. Caso contrário, a legenda pode repetir a postura de 2022, liberando seus filiados para apoiar ou não o petista.
Atualmente, o PSD compõe a base governista com três ministros: Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). O partido tem colaborado com o governo, especialmente em pautas econômicas e fiscais no Congresso, mas sem um compromisso formal de apoio a Lula para 2026.
Além disso, Kassab está aconselhando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a concorrer à reeleição no estado, e o próprio Kassab mira o posto de vice na chapa. Manter Tarcísio em São Paulo também evita um confronto direto entre o governador e Lula na disputa presidencial, preservando alianças.
Enquanto isso, a disputa pela presidência da Câmara está aquecida. Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Casa, indicou Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor, e o PT já começou a dialogar com Motta e outros candidatos, como Antônio Brito e Elmar Nascimento (União-BA). A competição entre esses nomes deve ser acirrada, com Kassab apostando na construção de uma base forte em torno de Brito para desafiar o grupo de Lira.