O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intimou o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, a explicar por que omitiu, em sua delação premiada, informações sobre um plano para “neutralizar” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. A oitiva está marcada para esta quinta-feira.
Na terça-feira, Mauro Cid prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília. Investigadores apontaram contradições em seu relato e questionaram a ausência de detalhes sobre o suposto plano de neutralização das autoridades mencionadas. Essas suspeitas surgiram após a PF recuperar dados do celular de Cid, utilizando tecnologia israelense, revelando monitoramentos das rotinas de Lula e de Moraes por militares, incluindo o general de brigada Mário Fernandes.
Em maio de 2023, Mauro Cid foi preso e permaneceu sob custódia até setembro do mesmo ano. Durante esse período, confirmou a participação de Jair Bolsonaro em reuniões com a cúpula das Forças Armadas para discutir um possível golpe. No entanto, investigadores acreditam que Cid poderia ter colaborado mais espontaneamente, conforme exige a lei de delação premiada.
A Polícia Federal considera a possibilidade de anular o acordo de delação premiada de Mauro Cid, caso ele não apresente justificativas plausíveis para as omissões identificadas. A decisão final dependerá das explicações fornecidas por Cid na oitiva marcada para esta quinta-feira.