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Agronegócio ainda está longe da agenda ambiental, diz estudo

Agronegócio ainda está longe da agenda ambiental, diz estudo


Os conflitos e as dificuldades de diálogo tendem a manter apartadas as agendas da conservação ambiental e da produção rural no Brasil. Essa é a conclusão da mais recente publicação da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. 

O objetivo do estudo é aproximar as duas áreas e compatibilizar seus interesses, mostrando como o agronegócio se beneficia e depende da biodiversidade. 

Lançado nesta terça-feira (16), o estudo aborda os desafios associados ao modelo de uso da terra no país e as soluções para tornar a agropecuária uma prática mais sustentável e inclusiva. O documento visa influenciar gestores e lideranças das esferas pública e privada na tomada de decisões com foco na sustentabilidade. 

Pesquisador do Observatório da Bioeconomia, da Fundação Getúlio Vargas,  Eduardo Assad  fala da importância do equilíbrio entre agricultura e biodiversidade, e cita um exemplo recente que mostra essa relação:

“Os municípios do Rio Grande do Sul que praticam agroecologia foram muito pouco atingidos (…) aqueles que desrepeitaram acintosamente o código florestal foram destruídos (…) A gente dobra a produtividade agrícola sem derrubar um hectare de floresta. Tem potencial para isso. Só precisa entender que é possível de fazer”

Modelos projetados estimam, por exemplo, que na fronteira entre a Amazônia e Cerrado as variações no clima vão comprometer a viabilidade de 74% das atuais terras agrícolas até 2060. Em 2022, a agropecuária já ocupava 33% da área do país e suas emissões respondiam por cerca de 27% do total de 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa  lançados pelo Brasil na atmosfera.

Segundo o relatório, pode ser que esse avanço não pare por aí. Se o modelo de agronegócio no país for mantido, projeções de cenários futuros indicam aumento da área destinada ao setor.  A tendência é a ampliação de cultivos de soja, milho e cana-de-açúcar no Cerrado e na Mata Atlântica e de áreas de pastagens na Amazônia e no Pantanal. Essa expansão intensificará a pressão sobre unidades de conservação e terras indígenas, com impactos negativos para o meio ambiente e as comunidades locais. 

O fomento à agricultura familiar,  conhecida pelo manejo conservacionista dos recursos ambientais, pelo menor uso de insumos e pela diversidade de cultivos, além da congregação de pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, é um dos caminhos apontados pelo estudo para conciliar a produção agrícola com baixas emissões de carbono e com a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.

No entanto, o setor ainda enfrenta dificuldades na busca por crédito rural e assistência técnica para conseguir avançar.

 



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