O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, admitiu, esta sexta-feira, que os Jogos Olímpicos de verão no hemisfério norte vão ter que deixar de ser realizados em agosto, devido ao aquecimento global.
“Os especialistas antecipam que será muito difícil organizar os Jogos em agosto”, realçou o presidente do COI, durante um encontro com jornalistas em Paris para fazer o balanço dos Jogos na capital francesa.
Questionado sobre a abertura do COI para mexer nas datas dos Jogos, de forma a que os países do Médio Oriente os pudessem organizar, como aconteceu no Campeonato do Mundo de futebol no Qatar (2022), realizado em novembro e dezembro, em vez de ser nos meses de verão devido às altas temperaturas verificadas naquela região do mundo durante o verão, o alemão Bach revelou que a necessidade de alterar a altura de realização dos Jogos está a ser analisada, mas devido às alterações climáticas.
“Falámos sobre esta questão das datas, mas não por causa desses países, mas devido às alterações climáticas”, assinalou o dirigente, recordando que, em Tóqui2020, foi necessário alterar o local de realização da maratona devido ao calor.
“Em Paris, o horário de início da maratona também foi adaptado. Temos que estudar a questão das datas, mas não só nós”, alertou, vincando que “todo o calendário das competições desportivas tem de ser adaptado às alterações climáticas”.
E avisou que o mesmo se aplica aos Jogos de inverno, depois de já ter lançado em 2023 que, devido ao aquecimento global, não mais de dez países poderão organizar o evento a partir de 2040.
“A resposta se consideramos estudar outras datas é sim, mas não tem nada a ver com quais países podem organizar os Jogos”, reforçou o responsável.