Na abertura do G20 nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que seu governo já retirou 24,5 milhões de brasileiros da extrema pobreza desde o início de 2023. Ele criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o Brasil voltou ao Mapa da Fome da FAO em 2022, com 33 milhões de pessoas em situação de fome.
“Em um ano e onze meses, o retorno dos programas sociais já retirou mais de 24,5 milhões da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome”, disse Lula.
Entretanto, os números apresentados foram alvo de questionamentos. Segundo especialistas, os dados são baseados em pesquisas distintas, como os números do IBGE de 2023 e estimativas da Rede Penssan para 2022. Um relatório da FAO apontou redução de 9% na insegurança alimentar severa entre 2022 e 2023, mas seus dados consideram triênios, o que dificulta comparações anuais diretas.
A oposição criticou o discurso. Deputados do PL, como Rodolfo Nogueira (MS) e Silvia Waiãpi (AP), acusaram Lula de usar o G20 como palco político e de manipular números para atacar Bolsonaro. “Essa retórica já não convence, especialmente quando o governo ignora os desafios econômicos agravados pela sua gestão”, afirmou Nogueira.
Silvia Waiãpi destacou que o G20 deveria ser um espaço para discussões globais e não para acusações. “É lamentável que o presidente use um fórum internacional para distorcer dados e culpar o governo anterior”, disse.
A insegurança alimentar grave ainda atinge 3,2 milhões de domicílios, segundo o IBGE. Enquanto isso, a oposição exige mais transparência e soluções efetivas no combate à pobreza.
