O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, rebateu nesta segunda-feira (24) as críticas do governo dos Estados Unidos e as ameaças de sanções contra autoridades brasileiras, após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que miraram plataformas digitais como o X (antigo Twitter), de Elon Musk, e a Rumble. Em entrevista à imprensa, Dias afirmou que o Brasil é um país soberano e que não aceitará ingerências externas.
“Os Estados Unidos da América aceitariam ser afrontados por uma empresa de outro país? A resposta é não. O Brasil é um país soberano, com regras próprias e aberto a investidores do mundo inteiro. Mas aqui há regras, aqui não é casa de ninguém”, declarou.
As declarações ocorrem após a Embaixada dos EUA divulgar um comunicado no qual manifesta preocupação com supostos atos de censura no Brasil. As tensões se intensificaram depois que Elon Musk entrou em confronto público com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e passou a desafiar decisões judiciais brasileiras.
Wellington Dias minimizou a polêmica envolvendo Musk e afirmou que o empresário já está se adequando à legislação nacional. “Veja que o próprio empresário acabou entrando em acordo, passou a pagar multas e indicou representante legal no Brasil. Ou seja, entendeu que aqui existem regras”, disse.
O ministro também apontou os riscos do poder concentrado nas mãos de bilionários globais. “Algumas pessoas alcançaram um patamar de riqueza tão grande que pensam que são donas do mundo. Isso vai acontecer com o Elon Musk também. Não é no Brasil, é nos Estados Unidos. O povo está quebrando as lojas dele, enfrentando problemas financeiros, já perdendo valorização.”
Ao comentar as ameaças de retaliação de Musk contra Moraes, Dias respondeu com firmeza: “Esse é o sentido da soberania. Opa! Cuida do teu, que cuidamos aqui do lado do nosso povo. Aqui é um Brasil dos brasileiros.”
Sobre a polêmica envolvendo a primeira-dama Janja, que chamou Musk de “idiota” durante evento do G20, o ministro disse que o próprio presidente Lula já se posicionou. “O Brasil é muito respeitado e quer uma política de paz com o mundo. O presidente foi claro ao dizer que não precisamos agredir ninguém.”
