“A primeira vez que vi as sapatilhas disse que não. ‘Não consigo correr nisto”. Esta foi a primeira impressão de Hellen Obiri, corredora que já ganhou duas medalhas olímpicas. Em 2024 vai fazer história, mesmo que não vença, graças ao calçado.
Apesar de não ter sido amor à primeira vista, assim que calçou as sapatilhas feitas com spray por um robô em apenas seis minutos deixaram a atleta entusiasmada.
“Não as queria devolver”, diz um dos diretores da ‘On’, a empresa que produz este calçado, ao New York Times.
Para produzir a sapatilha, é colocada uma forma num robô, enquanto é disparado spray na parte superior do calçado, em apenas três minutos. Depois o procedimento é semelhante para o restante da superfície, antes de se proceder à pintura.
O spray liberta termoplástico poliuretano – um material com características semelhantes ao plástico e à borracha.
“A produção de sapatilhas modernas não é muito moderna. É só usar padrões 2D”, disse outro diretor da On, sobre a nova tecnologia revolucionária.
Obiri relata que os seus colegas achavam que ela estava a gozar, e que ela nunca correria uma maratona com aquelas sapatilhas. A corredora estreou o calçado na famosa Maratona de Boston… que acabaria por ganhar.
“Quando confias nas sapatilhas, tens mentalidade que vais vencer”, partilhou Obiri.
Além de reduzir o tempo de produção, a empresa alega que este fabrico produz menos 75% de pegada de carbono. As sapatilhas custam mais de 300 euros.