Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Ministério da Saúde mantém sob sigilo lista de funcionários sem concurso, segundo Folha de S.Paulo

Ministério da Saúde mantém sob sigilo lista de funcionários sem concurso, segundo Folha de S.Paulo


O Ministério da Saúde emprega milhares de funcionários sem concurso, entre eles bolsistas e consultores, que desempenham papéis cruciais dentro da pasta. Apesar de uma ordem da Controladoria-Geral da União (CGU) para que esses dados sejam publicados, a lista com os nomes e os salários desses profissionais permanece sob sigilo. A solicitação foi feita pela Folha de S.Paulo, com base na Lei de Acesso à Informação.

Essa dependência de bolsistas é uma prática que persiste através de diferentes administrações públicas e continua na gestão de Lula (PT). De acordo com a Folha, além da falta de transparência, há casos em que os cargos são ocupados por pessoas ligadas a autoridades do governo.

O jornal cita alguns casos, como o do jornalista José Camapum, primo da esposa do secretário-executivo da Saúde, Swedenberger Barbosa, que recebe cerca de R$ 8 mil para atuar na Ouvidoria do ministério. Ele ganha mais do que os colegas, pois tem uma bolsa originalmente destinada a um setor com salário mais alto.

Em novembro de 2023, foi reportado que havia cerca de 2.130 funcionários nessa situação. O ministério justifica que a responsabilidade pela divulgação desses dados cabe às instituições que fazem as contratações.

Membros da equipe da ministra Nísia Trindade, que falaram sob condição de anonimato, mostraram a preocupação de que a divulgação dos nomes dos bolsistas possa levar a processos trabalhistas.

Em comunicado, o Ministério da Saúde declarou que vai finalizar a compilação dos dados. A organização se comprometeu a publicar a lista dos funcionários não concursados, mas não informou quando.

“É crucial entender que o ministério depende das informações fornecidas pelos parceiros que gerenciam os projetos em conjunto com as instituições responsáveis pelas contratações dos bolsistas e consultores,” explicou a pasta.

A CGU reitera que, se os consultores desempenham funções de servidores públicos em acordos de cooperação, ao usar instalações ou recursos do ministério, suas informações devem ser divulgadas. A solicitação para a lista dos funcionários não concursados foi feita em 9 de outubro do ano passado. Após diversos recursos, a CGU determinou, em 6 de fevereiro, que o Ministério da Saúde tinha até 7 de março para fornecer os dados. Contudo, a CGU informou que o ministério interpôs um recurso, chamado de incidente de correção, o que suspendeu o prazo.

Guilherme France, gerente de Pesquisa e Advocacy da Transparência Internacional Brasil, destacou em entrevista à Folha que a CGU possui autoridade para julgar recursos e que suas decisões devem ser respeitadas dentro do prazo legal, sob risco de responsabilização dos agentes públicos envolvidos.

Ainda segundo a reportagem, muitos bolsistas e consultores no Ministério da Saúde enfrentam condições de trabalho precárias, sem direito a férias nem outros benefícios garantidos pela CLT.

De forma anônima, eles mencionam que negociam períodos de descanso informais com seus superiores. A equipe de Nísia Trindade está focada em formalizar as contratações e planeja regularizar a situação desses trabalhadores.



Link da fonte aqui!