Segundo Luís Montenegro, as medidas tem em vista a necessidade de responder a uma rotura que se verifica nas políticas de migração. “Nem portas fechadas, nem portas escancaradas”, frisou.
“O tema das migrações é incontornável, do nosso Pais, da Europa e no mundo”, afirmou, garantindo que o Governo vai ter o cuidado te tratar o tema com respeito. “Aqueles que procuram Portugal, procuram-no como muitos portugueses vão à procura noutros Países”.
Para Montenegro, é essencial regulamentar as medidas de migração para poder garantir dignidade às pessoas, porque “ter mais de 400 mil pessoas com processos de regularização por concluir, é sinonimo de falta de cuidado”.
O líder da AD explica ser necessário recuperar a qualidade dos serviços e terminar com alguns mecanismos que transformaram a imigração num “abuso excessivo”.
As medidas do Governo para as migrações passam assim por uma maior fiscalização tanto da parte da Segurança Social, como da PSP na unidade de Estrangeiros e Fronteiras.
O chefe de Governo apelou ainda para que se terminasse com a estigmatização dos imigrantes. “Não há nenhuma relação direta entre a nossa capacidade acolher pessoas, e do aumento da criminalidade. não vale a pena estigmatizar as comunidades daqueles que procuram a nossa ajuda”, diz.
Governo acaba com regime excecional que facilitava imigração
O Governo pôs fim ao regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência e anunciou a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil.
No Plano de Ação para as Migrações, consta o “fim do regime excecional que passou a permitir uma entrada sem regras, extinguindo o designado procedimento de manifestações de interesse”, considerada uma “porta aberta e fonte de grande parte de pendências”.
A partir de agora, já não será possível a um estrangeiro com visto de turista tratar da sua regularização em Portugal, necessitando de um contrato de trabalho ou de outra solução tratada previamente na rede consular portuguesa.
Por isso, o plano contempla o “reforço da capacidade de resposta e processamento dos postos consulares identificados como prioritários”, com o reforço de 45 elementos em 15 países, uma lista que inclui todos os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Governo quer transformar visto para imigrantes CPLP em visto comunitários
O Plano de Ação para as Migrações do Governo português prevê a transformação do atual visto de mobilidade para imigrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) num visto comunitário (Shengen), que permite circular pela União Europeia.
O acordo de mobilidade celebrado representa “um compromisso que Portugal deve, não apenas manter, mas também empenhar-se na implementação das melhorias necessárias”, de modo a que seja permitido o seu “acesso ao Espaço Shchegen dos titulares de autorização de residência CPLP”, pode ler-se no documento.
Nesse sentido, o Governo vai prolongar administrativamente os vistos CPLP por um ano que começam a expirar no final deste mês, “melhorar a monitorização dos termos de responsabilidade apresentados ao abrigo do mecanismo de demonstração dos meios de subsistência, no sentido de identificar e combater eventuais situações de fraude”.
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