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Stédile, líder do MST, critica Governo Lula por falta de avanço na reforma agrária

Stédile, líder do MST, critica Governo Lula por falta de avanço na reforma agrária


João Pedro Stédile, um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criticou a falta de atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acelerar a reforma agrária no Brasil. Em entrevista ao site O Joio e o Trigo, o líder do movimento classificou como “vergonhosa” a inércia dos primeiros 14 meses de governo de Lula, seu aliado político.

“É uma vergonha, não está fazendo nada na reforma agrária”, declarou Stédile. “Já estamos há um ano e meio de governo, não avançamos. Desapropriação não avançou. O crédito para os assentados não avançou, nem o Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária).”

A reforma agrária, que envolve a redistribuição de terras para democratizar o acesso à terra, depende de desapropriações que, segundo Stédile, não estão progredindo. O MST teve um papel ativo na eleição de Lula em 2022, mas o líder do movimento expressou insatisfação com a falta de progresso na reforma agrária. Mesmo assim, Stédile ressaltou a necessidade de defender o presidente contra a oposição, identificada por ele como multinacionais, o capital financeiro, o latifúndio “predador” e parte do agronegócio.

“Queremos defendê-lo frente aos seus inimigos”, disse Stédile. “Agora, o governo como um todo está aquém da nossa expectativa, da classe trabalhadora em geral.”

Stédile explicou que o MST mudou sua abordagem em relação à reforma agrária, passando de uma “reforma agrária clássica”, que buscava democratizar a propriedade da terra e eliminar o latifúndio, para uma “reforma agrária popular”.

“A essência da reforma agrária popular é que ela coloca no centro não mais o trabalho do camponês, mas a produção de alimentos para toda a sociedade”, explicou Stédile. “Ela coloca no centro o respeito à natureza e o desenvolvimento de agroindústrias, mas na forma cooperativa.”

No mesmo dia da entrevista, o MST invadiu a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Maceió, Alagoas, com cerca de 300 pessoas envolvidas na ação, protestando contra a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento como superintendente do Incra, indicado por Arthur Lira (PP-AL). Esta foi a segunda invasão do órgão neste ano. A primeira ocorreu em 17 de abril, quando o MST invadiu a sede do Incra em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, pressionando a favor da reforma agrária.



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