O governo federal oficializou a mudança da meta da inflação, nesta quarta-feira, por meio de um decreto. O novo modelo será de avaliação contínua, e começa a valer em primeiro de janeiro de 2025.
Segundo o decreto, o acompanhamento da inflação vai acontecer mês a mês. Ou seja, a cada 30 dias será observado se nos últimos 12 meses a inflação acumulada ficou perto do objetivo. A meta vai ser considerada descumprida se o resultado escapar da faixa de tolerância por seis meses seguidos.
Hoje, o modelo é rígido, conforme o ano-calendário, de janeiro a dezembro. O Banco Central tem que entregar a inflação determinada nesse período.
Com a mudança para a meta contínua, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem mais espaço para identificar a real causa da inflação, inclusive uma situação inesperada, como a crise no Rio Grande do Sul. E aí definir um tempo razoável para atingir o resultado.
O economista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), André Roncaglia, compara a busca pelo índice de inflação a uma dieta para emagrecer.
O economista explica que a medida vai melhorar a análise dos efeitos das decisões do Copom.
A meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional. Atualmente é de 3% ao ano para 2024 e 2025.
Será tarefa do Banco Central executar as políticas necessárias para o cumprimento da meta fixada.