Os líderes de sete países europeus, Portugal incluído, apelaram, este sábado, às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas da votação de domingo, para garantir “a total transparência e integridade do processo eleitoral”.
Numa declaração conjunta, os líderes dos sete países – Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha, Países Baixos e Polónia – manifestam grande preocupação com a situação na Venezuela após as eleições presidenciais de domingo passado.
Além de pedirem a divulgação das atas eleitorais, acrescentam que “a oposição indicou que recolheu e publicou mais de 80% dos boletins de voto que foram produzidos em cada mesa de voto”.
“Esta verificação é essencial para o reconhecimento da vontade do povo venezuelano”, salientam.
Os dirigentes políticos escrevem ainda, na declaração divulgada hoje, que os direitos dos venezuelanos, nomeadamente dos seus líderes políticos, devem ser respeitados neste processo.
“Condenamos veementemente qualquer detenção ou ameaça contra eles”, afirmam.
“A vontade do povo venezuelano, bem como o seu direito a protestar pacificamente, e a liberdade de reunião, também têm de ser respeitados”, acrescentam os governantes, que concluem dizendo que, com os seus parceiros, continuarão a acompanhar de perto a situação e a apoiar o apelo à democracia e à paz do povo venezuelano.
Além do primeiro-ministro de Portugal a declaração é assinada pelos líderes políticos de Itália, França, Alemanha, Espanha, Países Baixos e Polónia.
Na passada segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições da Venezuela proclamou Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais realizadas no domingo, com 51,2% dos votos.
Por sua vez, o bloco maioritário da oposição publicou os resultados no seu portal na Internet, que alegadamente deram uma vitória esmagadora ao seu candidato, Edmundo González Urrutia, que conta com o apoio da líder da oposição María Corina Machado, impedida pelo regime ‘chavista’ de participar nas eleições.
Desde então têm-se sucedido manifestações, especialmente contra o regime de Nicolás Maduro, algumas violentamente reprimidas.
Já morreram pelo menos 13 pessoas e foram detidas mais de 1.200.